A embaixadora americana na ONU pediu nesta terça-feira (13) que o Conselho de Segurança da ONU considere Mianmar responsável pela campanha de limpeza étnica contra muçulmanos rohingya e pressione a líder de facto Aung San Suu Kyi "para que reconheça esses atos horríveis que estão acontecendo em seu país", qualificando seus desmentidos de "ridículos".
"Forças poderosas no governo birmanês têm negado a limpeza étnica no Estado de Rakhine", disse a embaixadora Nikki Haley.
"Para certificar-se de que ninguém contradiz seus desmentidos ridículos, eles estão impedidos acesso ao Rakhine a toda e qualquer organização que possa testemunhar suas atrocidades, incluindo o Conselho de Segurança da ONU", acrescentou.
O embaixador francês junto à ONU, François Delattre, também afirmou que o massacre de rohingyas relatado pela agência Reuters poderia "constituir crimes contra a humanidade". Dois jornalistas birmaneses da agência estão presos desde dezembro por causa da reportagem.
No entanto, qualquer tentativa de ação pelo conselho tende a encontrar resistência de Rússia e China, que têm poder de veto e disseram nesta terça que a situação no Rakhine estava estável e sob controle.
"Usar rótulos e tentar usar relatórios contraditórios e subjetivos da mídia para descobrir quem é culpado e condená-los apenas nos afasta de uma solução", afirmou o embaixador substituto da Rússia, Dmitry Polyanskiy.
Cerca de 690 mil rohingyas fugiram do Rakhine para o sul de Bangladesh apenas desde agosto, quando começou uma campanha que, segundo a ONU, tem "indícios de genocídio".
"As condições ainda não são apropriadas para uma repatriação voluntária dos refugiados", afirmou alto comissário da ONU para refugiados, Filippo Grandi, ao Conselho de Segurança.
Mianmar nega que uma campanha de limpeza étnica esteja ocorrendo.
O governo birmanês informou o Conselho de Segurança que o mês de fevereiro "não é adequado" para uma visita.
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