Operação militar deixa 18 mineiros mortos no sul da Venezuela

Entidades de direitos humanos e oposição acusam regime chavista

Outdoor de empresa de mineração em El Callao, no Arco Minerador de Orinoco, sul da Venezuela
Outdoor de empresa de mineração em El Callao, no Arco Minerador de Orinoco, sul da Venezuela - Bram Ebus/InfoAmazonia
Caracas | AFP

Uma incursão militar em uma região de mineração no sul da Venezuela deixou 18 mortos, informaram neste domingo (11) organizações de direitos humanos e líderes da oposição ao regime do ditador Nicolás Maduro.

A operação militar ocorreu no sábado (10) em uma mina em Guasipati, cidade no Estado de Bolívar, onde "houve uma troca de tiros com vários indivíduos ainda não identificados. Dezoito morreram", de acordo com um relatório militar extraoficial.

"Alegado confronto entre membros do Exército e mineiros com um saldo de 18 mineiros assassinados. Preocupante. Um novo massacre?", questionou a ONG Programa Venezuelano de Ação Educativa sobre Direitos Humanos (Provea).

"Morreram 18 cidadãos e nenhum soldado ficou ferido? Despejam nessas áreas ricas em ouro sangue e fogo", afirmou o deputado da oposição Américo De Grazia, um dos representantes de Bolívar na Assembleia Nacional.

O governo Maduro não se manifestou.

A região, na fronteira com o Brasil, faz parte do Arco Minerador de Orinoco, uma extensa área que o regime chavista explora com empresas multinacionais para compensar a queda das receitas do petróleo em meio a uma aguda crise econômica.

A área é palco de frequentes episódios de violência, pois grupos criminosos controlam algumas jazidas de ouro. Em setembro do ano passado, 11 pessoas morreram em confronto armado com soldados em Tumeremo, também em Bolívar.

Um mês antes, oito foram mortos em El Callao, município vizinho a Guasipati.

Tumeremo registrou outro massacre em 2016, quando 17 mineiros foram assassinados.

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