Secretário de Estado dos EUA pede solução mais rápida para Venezuela

Em Buenos Aires, Rex Tillerson disse que não se pode tolerar falta de democracia

Sylvia Colombo
Buenos Aires

O secretário de Estado dos EUA, Rex  Tillerson, disse neste domingo (4), no Palácio San  Martín, sede da chancelaria argentina, em Buenos Aires, que "não se pode tolerar que a Venezuela não seja uma democracia".

"O povo venezuelano merece ser livre", disse, acrescentando que sua viagem pela América Latina tinha como intenção "buscar soluções que acelerem o fim da situação porque a crise humanitária a está transformando em algo cada vez mais obscuro".

Questionado sobre possíveis novas sanções que os EUA poderiam impor ao país caribenho, inclusive com relação à compra de petróleo, Tillerson disse que é um dos temas que quer debater com os países latino-americanos, mas que não aprova sanções que afetem a população. "Nossas desavenças são com o regime venezuelano e não com a população do país", disse.

O secretário de Estado dos EUA, Rex Tillerson (à esq.), e o chanceler argentino Jorge Faurie em conferência no Palácio San Martín - Alberto Raggio/AFP

Sem especificar de modo mais claro que medidas, então, poderiam ser tomadas, acrescentou que, junto ao chanceler argentino, Jorge Faurie, discutiria "passos adicionais para fazer com que o calendário eleitoral venezuelano seja respeitado, com o retorno da independência das instituições".

Tillerson insistiu que a situação merece uma decisão mais urgente. "Temos de chegar a um final mais rápido. Estamos olhando novas opções, mas temos preocupação em não afetar também outros países", declarou.

Faurie acrescentou que a posição atual da Argentina segue sendo a de não respeitar o processo político atual, nem a Assembleia Nacional Constituinte ou a legitimidade das decisões do ditador Maduro.

"Queremos o fim das restrições políticas, da proscrição de opositores e estamos muito preocupados com a crise humanitária que vem se agravando rapidamente", disse o chanceler argentino.

Questionado sobre se os EUA tentariam impedir a participação da Venezuela na próxima Cúpula das Américas, que ocorre em abril, em Lima, Tillerson disse que essa decisão depende do país anfitrião. "Respeitaremos o que o governo do Peru determinar sobre esse assunto. Porém, caso a Venezuela esteja presente, nosso desafio será ter conversas produtivas nesse encontro", disse.

Tillerson visitará amanhã, na residência de Olivos, o presidente Mauricio Macri. Depois, segue viagem para o Peru e a Colômbia.

*INTERVENÇÃO MILITAR*

Na quinta (1º),  Rex Tillerson havia sugerido a possibilidade de um golpe militar na Venezuela, antes de iniciar sua primeira viagem à América Latina, ao lançar a estratégia do governo de Donald  Trump para a região.

O chefe da diplomacia americana afirmou que, embora os EUA não estivessem estimulando uma "mudança de regime" no país, o "mais fácil" seria se o ditador Nicolás Maduro deixasse o poder. Previu que haverá uma "mudança" na Venezuela e disse que os EUA desejam que ela seja pacífica.

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