Usuários do Twitter expostos a robôs russos são quase 1,5 mi

Novo número amplia alcance de perfis criados para influenciar eleição dos EUA

Deputados questionam representantes do Facebook, Twitter e Google sobre anúncios russos em audiência da Comissão de Inteligência da Câmara dos Estados Unidos
Deputados questionam representantes do Facebook, Twitter e Google sobre anúncios russos em audiência da Comissão de Inteligência da Câmara dos EUA - Manuel Balce Ceneta - 1º.nov.17/Associated Press
Silas Martí
Nova York

Quase 1,5 milhão de pessoas tiveram contato pelo Twitter com robôs russos, os bots usados para manipular as eleições presidenciais dos Estados Unidos há dois anos. O número é mais do que o dobro dos 678 mil calculados de início pela rede social, que acaba de atualizar os dados.

"Nós expandimos o número de pessoas alertadas sobre interações com contas no Twitter que podem estar conectadas a um esforço de propaganda liderado pela Internet Research  Agency, uma organização ligada ao governo russo", informou um post do blog da empresa. Cerca de 1,4 milhão de pessoas receberam uma notificação do Twitter.

De acordo com a rede social, seus usuários retuitaram, citaram, comentaram ou curtiram o conteúdo da Internet Research Agency, acusada de acirrar os ânimos durante a corrida à Casa Branca com posts sobre questões raciais, violência, orientação sexual, religião, entre muitos outros assuntos polêmicos.

O novo número, indicando um poder de influência bem maior do que o estimado dos bots do Kremlin no processo eleitoral americano, atesta a imprecisão das respostas do Twitter ao Congresso, que já interrogou seus executivos.

O site Tech Crunch identificou pelo menos 3.800 contas no Twitter ligadas ao grupo russo, lembrando ainda que há mais de 50 mil contas ligadas aos "trolls" de Moscou.

Uma investigação recente do jornal "The  New York Times" também apontou que muitas das 330 milhões de contas do Twitter são falsas, usadas por influenciadores digitais para superdimensionar o poder de alcance de seus posts.

De acordo com o diário americano, empresas vendem milhões de curtidas, seguidores e interações na plataforma, o que levou o secretário da Justiça de Nova York, Eric Schneiderman, a lamentar num tuíte que a internet, concebida como das maiores ferramentas da democracia, teria se tornado um playground opaco onde se paga para jogar.

Ele lembrou ainda que é ilegal se fazer passar por outro nas redes sociais.

No rastro da revelação, milhões de seguidores estão sumindo de contas do Twitter.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.