Colômbia e rebeldes do ELN vão retomar negociações de paz

Conversas haviam sido suspensas em janeiro após atentados a bomba pelo grupo guerrilheiro

O presidente colombiano Juan Manuel Santos (centro) com o comissário de paz Rodrigo Rivera (esq.) e o negociador Gustavo Bell
O presidente colombiano Juan Manuel Santos (centro) com o comissário de paz Rodrigo Rivera (esq.) e o negociador Gustavo Bell - AFP
Bogotá | Reuters

A Colômbia e o grupo guerrilheiro ELN (Exército de Libertação Nacional) vão reiniciar negociações de paz no Equador, afirmou o presidente colombiano, Juan Manuel Santos, nesta segunda-feira (12), depois de uma interrupção de seis semanas marcada por mortes de ambos os lados.

Santos suspendeu as conversas em janeiro depois que o ELN lançou uma série de atentados a bomba que mataram oito policiais e deixaram dezenas de feridos, imediatamente após o fim do primeiro cessar-fogo bilateral.

"Pensando na vida, em salvar vidas, em conseguir uma paz completa para a Colômbia, decidi retomar os diálogos de paz com o ELN", disse Santos em declaração na sede da Presidência. "Para este fim eu dei instruções ao chefe da equipe de negociação, Gustavo Bell, para viajar a Quito e reativar a mesa de diálogo."

Santos anunciou a retomada do diálogo depois que o grupo rebelde declarou uma trégua unilateral que permitiu que as eleições legislativas e as consultas presidenciais do fim de semana transcorressem em paz.

Forças colombianas mataram 34 guerrilheiros desde o fim do cessar-fogo em 9 de janeiro, enquanto os rebeldes fizeram diversos ataques que mataram 19 membros das Forças Armadas e interromperam a produção de petróleo.

O ELN disse em comunicado que atenderia ao chamado de Santos para negociar e que deseja um novo cessar-fogo. 

As negociações com as Farc, que assinaram acordo de paz em 2016, também tiveram contratempos —Santos suspendeu as negociações quando o grupo sequestrou um general. O acordo de paz foi rejeitado em referendo, mas aprovado pelo Congresso.

As eleições presidenciais na Colômbia em maio podem mudar o rumo das negociações com o ELN. Candidatos de esquerda, como Humberto de la Calle, dizem que as conversas são positivas, mas não resolvem todas as questões. Candidatos de direita acusam Santos de fazer muitas concessões às Farc.

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