Descrição de chapéu japão

Escândalo de falsificação de documentos afeta premiê do Japão

Menções a Shinzo Abe, sua mulher e seu vice-premiê foram retirados de papéis sobre venda de terreno 

O premiê japonês, Shinzo Abe, dá entrevistas em seu escritório em Tóquio - Kyodo/Reuters
Tóquio | Reuters e AFP

O premiê japonês, Shinzo Abe, enfrenta um novo escândalo após a revelação nesta segunda-feira (12) de documentos falsificados relacionados à venda de um terreno para um operador escolar com ligações com sua mulher, Akie.

Questões sobre a venda do terreno com um grande desconto estão perseguindo Abe desde o ano passado, quando o caso veio à tona.

Abe nega que ele ou sua mulher tenham favorecido o operador escolar, ​Moritomo Gakuen, que promove um currículo nacionalista. O premiê afirmou que renunciaria se fossem encontradas evidências de favorecimento.

A controvérsia havia arrefecido mas voltou ao foco do público depois que a imprensa publicou que documentos oficiais relacionados ao negócio foram alterados.

O ministro das Finanças e vice-premiê, Taro Aso, admitiu nesta segunda a falsificação e divulgou no Parlamento 14 documentos que sofreram várias modificações.

Entre as alterações estão a retiradas das menções aos Abe e a Aso em relação à venda do terreno.

Abe pediu "profundas desculpas" pelo "incidente que poderia abalar a confiança" no governo.

"Aceito com sinceridade as críticas e quero que o ministro das Finanças fique responsável por fazer com que a investigação avance para que se saiba por que acontece um incidente deste tipo", afirmou Abe.

"Modificar documentos oficiais é muito grave e extremamente lamentável e peço minhas profundas desculpas", declarou Aso à imprensa, antes de garantir que vai "cooperar plenamente com a investigação".

Abe pediu ao ministro, um aliado próximo, que "faça todos os esforços necessários para reconstruir a organização [de seu Ministério] para que isto nunca mais aconteça".

"É claro que houve um acobertamento e uma falsificação", afirmou o líder do Partido Democrático, da oposição, Yuichiro Tamaki.

Tamaki disse que Aso deveria renunciar e que o Parlamento deveria investigar o caso. 

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