Ataque de homem armado a mercado no sul da França termina com três mortos

Após fazer reféns, o suspeito acabou sendo morto pelos policiais; governo fala em terrorismo

Policiais bloqueiam o acesso ao local onde ocorreu o ataque, na cidade de Trèbes
Policiais bloqueiam o acesso ao local onde ocorreu o ataque, na cidade de Trèbes - Eric Cabanis/AFP
Diogo Bercito
Madri

A polícia francesa matou nesta sexta-feira (23) o homem armado que havia tomado reféns em um supermercado em Trèbes, no sul do país, e deixado ao menos três mortos.

Outras 16 pessoas ficaram feridas, disse o presidente Emmanuel Macron, que chamou o caso de um ato de terrorismo islâmico.  

Segundo a imprensa local, o responsável pela ação é Redouane Lakdim, 26, que declarou pertencer à organização terrorista Estado Islâmico, autora de uma série de ataques que vitimou 130 pessoas em Paris em 2015. A facção assumiu a autoria do atentado desta sexta, mas não apresentou provas que possam comprovar a afirmação. 

Ainda de acordo com a mídia francesa, o homem armado exigiu a libertação de Salah Abdeslam, um dos responsáveis pelos atentados de 2015. Ele foi identificado como um cidadão marroquino, a partir da placa do carro, mas ainda não há confirmação de seu nome.

O premiê francês, Édouard Philippe, afirmou que todas as informações “nos levam a pensar que os ataques sejam terroristas”. As investigações estão nas mãos das autoridades de combate ao terror. 

As informações exatas ainda são desencontradas, mas os relatos da polícia sugerem que havia oito reféns no mercado. Um tenente-coronel de 45 anos se ofereceu em troca de um dos reféns, segundo a agência AFP. Segundo Macron, ele foi ferido e está em estado grave no hospital. 

Nos últimos minutos da ação, antes da morte do homem armado, já não havia reféns no local.

Os arredores do mercado foram interditados e dezenas de membros das forças de segurança foram deslocados ao local, incluindo equipes médicas. O ministro do Interior, Gerard Collomb, foi até a cidade.

Segundo a mídia local, o homem entrou no mercado às 11h15 locais (às 7h15 de Brasília). Foram ouvidos disparos. Uma das testemunhas afirma ter escutado gritos de “Allahu akbar” (Deus é maior, em árabe) e visto facas, uma pistola e algumas granadas.

Duas horas antes, uma pessoa havia sido morta nos entornos de Carcassonne, nessa mesma região, e um grupo de policiais se exercitando foi atacado —um deles se feriu, mas não gravemente. As autoridades acreditam que as três ações estejam relacionadas.

Se for confirmado o caráter terrorista da ação, é a primeira na França desde que o presidente Macron suspendeu em outubro passado o estado de emergência declarado em 2015 por seu antecessor, o socialista François Hollande. É também o primeiro ataque desde que o atual presidente endureceu a legislação antiterror.

 
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