Malásia propõe multa e prisão para quem divulgar 'fake news'

Oposição diz que medida afeta liberdade de expressão

Homem passa por propaganda que diz "compartilhar mentiras faz de você um mentiroso", no centro de Kuala Lumpur (Malásia) - Mohd Rasfan/AFP
Kuala Lumpur | Reuters

O governo do premiê da Malásia, Najib Razak, apresentou ao Parlamento do país nesta segunda-feira (26) proposta de lei que torna a divulgação de "fake news" (notícias falsas) ilegal e a torna punível com multas e  pena de prisão.

A divulgação da medida causou preocupação e críticas da oposição e de grupos de direitos humanos, que acusam uma ameaça à liberdade de imprensa em meio a um escândalo de corrupção bilionário envolvendo o premiê. 

Pela Lei Anti-Fake News 2018, qualquer pessoa que publique notícias falsas pode receber multas de até 500 mil ringgit (cerca de R$ 422 mil), até 10 anos de prisão, ou ambos.

"A lei proposta busca salvaguardar o público contra a proliferação de notícias falsas, enquanto garante que o direito à liberdade de expressão seja respeitado sob a Constituição federal", afirmou o governo. 

O governo definiu notícias falsas como sendo "notícias, informações, dados e relatórios que são totalmente ou em parte falsos". 

Estrangeiros que publiquem notícias falsas que atinjam a Malásia ou cidadãos malasianos também serão afetados. 

"É um ataque à imprensa e uma tentativa de provocar medo entre a população antes da GE14 [ eleições deste ano]", afirmou o parlamentar oposicionista Ong Kian Ming no Twitter.

A lei deve ser votada nesta semana no Parlamento, onde o governo tem maioria. 

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.