Xi Jinping é reeleito para novo mandato no comando da China

Congresso confirmou por unanimidade o atual líder, que indicou um aliado como vice

Pequim | Associated Press e Reuters

​​Congresso chinês reelegeu neste sábado (17) Xi Jinping como presidente do país pelos próximos cinco anos. Wang Qishan, aliado do líder e responsável por comandar a campanha anticorrupção, foi apontado como vice. ​

As indicações da nova cúpula da ditadura chinesa acontecem quase uma semana após o órgão aprovar uma mudança constitucional pondo fim ao limite de dois mandatos presidenciais, o que abriu a possibilidade para o atual líder se manter no cargo para além de 2022. 

Logo após serem aprovados pelos 2.970 membros da Casa —Xi por unanimidade, Wang com um voto contrário—, os dois juraram a Constituição no Grande Salão do Povo, em Pequim, dando início oficial ao novo mandato. 

Apesar do nome, a posição de presidente tem caráter principalmente simbólico e quem comanda de fato o país é o secretário-geral do Partido Comunista. Desde o início dos anos 1990, porém, a tradição é que a mesma pessoa ocupe os dois cargos, como é o caso de Xi —ele foi reeleito para comandar a sigla em outubro do ano passado. 

Assim, o Congresso serviu para confirmar a posição de Xi como o mais importante líder do país desde Deng Xiaoping (1904-1997), considerado o idealizador da abertura econômica chinesa e responsável pela criação do limite de reeleição.

O objetivo da medida, agora cancelada, era impedir que alguém se perpetuasse no poder, como ocorreu com Mao Tsé-Tung, fundador da China comunista e líder do país desde sua fundação em 1949 até sua morte em 1976. 

A imprensa estatal chinesa tem afirmado que o fim do limite de reeleição não significa que Xi se manterá para sempre no poder e ele até o momento não disse oficialmente quanto tempo pretende se manter no cargo. 

Corrupção

A reeleição de Xi na Presidência era esperada, já que os membros do Congresso costumam apenas referendar as indicações feitas pelo partido, mas a escolha de Wang como vice é mais uma demonstração do poder que o atual líder conquistou dentro da política chinesa. 

A tradição no país é que os dirigentes se aposentem ao fazer 69 anos, idade de Wang, que por isso deixou os cargos que tinha dentro do partido no fim do ano passado.

Assim, sua indicação como vice quebra a regra e abre um precedente para que o próprio Xi, atualmente com 64 anos, continue no poder após ultrapassar a idade limite.

O novo vice é considerado um dos principais aliados do atual presidente, que teve a luta contra a corrupção como uma de suas principais bandeiras. Wang foi indicado pelo próprio Xi para comandar o órgão que cuida do assunto durante seu primeiro mandato e sua promoção demonstra que a questão deve ganhar ainda mais importância nos próximos anos. 

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