Análise de veneno usado contra ex-espião russo confirma versão britânica

Relatório da Organização para a Proibição das Armas Químicas, porém, não citou Moscou

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Londres e Haia | AFP, Associated Press e Reuters

A Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) afirmou nesta quinta-feira (12) que sua análise da substância usada no envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal confirmou a tese britânica sobre o caso, mas sem citar diretamente a Rússia. 

Moscou é acusada por Londres de ser a responsável pela ação. 

Segundo a Opaq, os resultados das análises de laboratório "confirmam as descobertas do Reino Unido a  respeito da identidade do químico tóxico que foi usado no ataque em Salisbury que deixou três pessoas feridas com gravidade".

Agentes britânicos com roupas especiais durante a investigação em Salisbury logo após o ataque
Agentes britânicos com roupas especiais durante a investigação em Salisbury logo após o ataque - Daniel Leal-Olivas - 10.mar.2018/AFP

Além de Serguei, também foram envenenados sua filha, Iulia, e um policial que tentou ajudar os dois.  

A organização disse ainda que a substância usada no episódio tinha "grande pureza", mas não disse onde e como ela foi produzida. As informações mais detalhadas, como o nome do agente neurotóxico usado, também não foram divulgadas e fazem parte apenas de um relatório confidencial que a Opaq não vai disponibilizar publicamente.    

Pouco depois do ataque, a primeira-ministra britânicaTheresa May afirmou que o gás usado contra Skripal pertencia ao grupo Novichok, um tipo de arma química militar russa fabricada apenas nos laboratórios do país. 

Georgy Kalamanov, vice-ministro de Indústria e Comércio russo, disse que a análise feita pela Opaq mostra que é impossível comprovar que a substância tem como origem a Rússia e pediu que Londres apresente provas da participação de Moscou. 

Após a divulgação do relatório, o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, Boris Johnnson, disse que ele confirma o envolvimento de Moscou no caso. "Não restam dúvidas sobre o que foi usado e não há outra explicação sobre o que aconteceu —apenas a Rússia tinha os meios, os motivos e as razões", disse. 

Johnson também pediu a convocação de uma reunião de emergência da Opaq para 18 de abril para discutir os próximos passos. Londres defendeu também que o Conselho de Segurança da ONU se reúna assim que possível para debater o assunto. 

O envenenamento de Skripal deu início a uma crise na relação entre Moscou e o Ocidente, que levou o Reino Unido e aliados — como os EUA e os membros da União Europeia—, a expulsarem os diplomatas russos de seus países.

O governo de Vladimir Putin retaliou, os diplomatas ocidentais de seu território. 

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