Comitê aprova indicado de Trump para chefiar política externa

Mike Pompeo é leal ao presidente e visto como alguém capaz de influenciar seu pensamento

Apoio do senador republicano Rand Paul (à frente) foi essencial para que o nome de Mike Pompeo fosse aprovado na sessão em Washington - J. Scott Applewhite/Associated Press
Silas Martí
Nova York

Depois de uma mudança repentina na votação, o comitê de relações exteriores do Senado americano decidiu, nesta segunda-feira (23), apoiar a escolha de Mike Pompeo para o cargo de secretário de Estado.

Evitou, assim, que o indicado de Donald Trump se tornasse o primeiro a assumir a chefia da diplomacia dos EUA sem a recomendação dos parlamentares desde 1925.

O voto decisivo veio de Rand Paul, um senador republicano  do estado do Kentucky. Ele se opunha à escolha do atual diretor da CIA, o serviço de inteligência americano, para o posto de chanceler, mas disse ter mudado de ideia depois de conversar com o presidente.

Paul queria garantias de que Pompeo concordasse com a ideia de que a Guerra do Iraque foi um erro e que a troca de regime no país árabe desestabilizou a região, além de que seria necessário retirar tropas americanas do Afeganistão.

O senador, pressionado por Trump e outros assessores próximos do presidente, anunciou a mudança de opinião numa série de tuítes antes do encontro do comitê que votaria a favor ou contra a confirmação de Pompeo.

O indicado de Trump para o posto antes ocupado por Rex Tillerson, demitido pelo presidente há pouco mais de um mês, já tem os votos necessários no Senado para a sua confirmação no cargo, mas a falta de apoio do grupo poderia enfraquecer sua autoridade num momento bastante delicado.

Leal a Trump e visto por pessoas próximas à Casa Branca como alguém capaz de influenciar o pensamento do presidente, Pompeo se tornou uma peça-chave nas negociações com a Coreia do Norte

Mesmo antes de assumir o cargo de chanceler, ele se encontrou com Kim Jong-un há duas semanas, preparando o terreno para uma eventual reunião entre Trump e o ditador em maio ou junho deste ano.

Dias após a visita de Pompeo, Pyongyang anunciou a suspensão completa de testes de bombas nucleares e mísseis intercontinentais, uma condição imposta por Trump para estreitar seu diálogo com o país asiático. 

Há grande pressão ainda sobre o governo americano para reforçar o serviço diplomático no rastro da recente ofensiva contra a Síria liderada pelos EUA com apoio da França e do Reino Unido.

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