Curiosos e manifestantes aguardam por Zuckerberg no Congresso dos EUA

Presidente do Facebook depõe pela primeira vez sobre vazamento de dados de usuários

Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, se prepara para depor em sessão no Senado nos EUA - Jim Watson/AFP
Estelita Hass Carazzai
Washington

Manifestantes vestindo camisetas com a hashtag #DeleteFacebook, peruca com as cores da bandeira da Rússia, estudantes e meros curiosos formavam fila nesta terça (10) para ouvir o depoimento de Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, ao Senado dos EUA.

É a primeira vez que Zuckerberg depõe ao Congresso americano, em meio a uma crescente pressão sobre os controles de privacidade da plataforma e seu uso para difusão de informações falsas e para a manipulação política.

Pelo menos 300 pessoas aguardavam na fila, para uma sala em que cabia pouco menos da metade. As primeiras chegaram às 8h —a audiência começaria apenas quatro horas depois.

 

“Eu gostaria de ouvir ele pedir desculpas, porque eu tive meus dados expostos e vendidos a terceiros sem minha autorização”, disse à Folha a estudante Annmarie Rienzi, 20, que vestia uma camiseta com a hashtag #DeleteFacebook.

Os dados dela foram expostos à consultoria política Cambridge Analytica, que comprou informações de um aplicativo do Facebook e as usou para difundir propaganda política em favor de Donald Trump durante as eleições americanas.

Apesar da camiseta, ela ainda não apagou sua conta na rede social. “Vai depender do que ele disser hoje.”

A organização VPN, que atua em prol da privacidade digital, levou cerca de 50 pessoas à frente do Capitólio para protestar. O diretor Michael Gargiulo, 26, defende que é preciso obrigar as empresas de tecnologia a divulgarem vazamentos de dados —e responsabilizar seus executivos.

“A Cambridge Analytica certamente é apenas uma entre centenas de casos. E eles não estão sendo transparentes”, afirmou à Folha.

Havia também estudantes e curiosos, como um grupo de alunas de Direito da Universidade da Califórnia.

“É um novo território na área jurídica, porque nós confiamos informações importantes a essas companhias e elas também precisam assumir responsabilidades com relação a isso”, disse Erika Budrovich, 29.

Zuckerberg deve pedir desculpas pelo ocorrido, segundo depoimento escrito divulgado nesta segunda.

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