O governo de Israel anunciou nesta terça-feira (24) que abandonou o plano de deportar imigrantes africanos que entraram no país ilegalmente.
Segundo o plano, 16.250 imigrantes, especialmente da Eritreia e do Sudão seriam enviados a um terceiro país, contra sua vontade. Outros 16.250 receberiam status de residentes temporários em Israel por cinco anos. A expulsão em massa começaria em 1º de maio.
Esses terceiros países seriam Uganda e Ruanda, que, no entanto, negaram terem feito acordo com Israel.
"Neste momento, a possibilidade de levar adiante deportações forçadas a um terceiro país não está na agenda", afirmou o governo de Israel em resposta escrita à Suprema corte.
O governo disse ainda que os imigrantes poderão renovar suas permissões de residência a cada 60 dias, como antes.
O órgão de imigração irá buscar opções para deportar os imigrantes de maneira voluntaria, disse também o governo.
No início do mês, o governo de Binyamin Netanyahu chegou a anunciar a assinatura de um acordo com a ONU para solucionar a questão dos 36 mil imigrantes africanos ilegais em Israel, enviando-os a países ocidentais. Mas, 24 horas depois, desistiu do acordo.
"Israel vai continuar agir sobre a questão dos infiltradores [termo usado pelo governo para descrever os requerentes de asilo], incluindo tentativas para encorajá-los a deixar por decisão própria ou realocá-los involuntariamente, de acordo com a lei", diz a carta.
"Autoridades da imigração de Israel vão continuar a indicar os infiltrados ao escritório de 'saída voluntária', permitindo que se mudem para um terceiro país, mas sem condicionar a renovação de seu status legal à vontade de ir a um terceiro país", disse a nota, segundo o jornal israelense Haaretz.
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