Trump sugere que Rússia 'pagará preço' por suposto ataque químico na Síria

Presidente dos EUA promete resposta rápida; países condenam uso de composto tóxico

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Criança é atendida em hospital em Ghouta, na Síria, após suposto ataque químico
Criança é atendida em hospital em Ghouta, na Síria, após suposto ataque químico - White Helmets/Handout via Reuters
Londres e Moscou | Reuters e Associated Press

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta segunda (9) que não vai deixar "atrocidades" como o suposto ataque químico na Síria acontecerem e prometeu uma resposta rápida.

Em reunião de seu gabinete, Trump disse que decidiria "provavelmente até o final do dia de hoje" e sugeriu que a Rússia "pagaria um preço".

Perguntado sobre se achava que o presidente russo, Vladimir Putin, tinha responsabilidade sobre o ataque, Trump disse: "ele pode ter sim, pode ter. E se ele tiver vai ser muito difícil, muito difícil. Todo mundo vai pagar um preço. Ele vai pagar, todo mundo vai pagar".

"Nada está descartado", disse Trump sobre uma possível resposta militar.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG com sede no Reino Unido, disse também nesta segunda que ao menos 60 pessoas morreram e mil ficaram feridas no ataque, feito no sábado (7) na cidade de Duma, em Ghouta Oriental. O caso foi revelado no domingo (8). 

Já os capacetes brancos (organização que atua como Defesa Civil em zonas não controladas pelo governo sírio) afirmaram que são 49 mortos até o momento. Vídeos postados pelo grupo mostram as vítimas respirando com ajuda de máquinas de oxigênio e moradores cuspindo sangue. 

O secretário de Defesa americano, Jim ​Mattis, também citou a Rússia ao falar sobre o caso.

"A primeira coisa que devemos questionar é por que armas químicas ainda estão sendo usadas [na Síria] quando a Rússia deu a garantia que todas elas seriam removidas", disse ele durante visita ao Catar. 

O ministério da Defesa russo disse que médicos do país examinaram pacientes no hospital de Duma e não acharam evidências de ataque químico, segundo a agência Interfax. 

Já o Departamento de Estado dos EUA disse que os sintomas das vítimas de Duma eram consistentes com um ataque com substância tóxica que ataca o sistema nervoso, mas que não era possível dizer qual era o composto usado.

O Departamento de Estado pediu que o governo sírio e a Rússia permitam a entrada de monitores internacionais nas áreas afetadas.

RESPOSTA INTERNACIONAL

O suposto ataque químico em Duma gerou reações internacionais nesta segunda. O Reino Unido disse que está trabalhando em uma resposta conjunta com países aliados. 

Um porta-voz da primeira-ministra britânica, Theresa May, disse que Moscou não deve tentar obstruir a investigação. 

Logo depois, a própria May citou a ligação da Rússia com o governo do ditador Bashar al-Assad. "Isto é sobre as ações, as brutais ações de Assad e de seu regime, mas também é sobre quem apoia esse governo. E é claro que a Rússia é um desses apoiadores", disse ela.   

O governo russo, aliado de Assad, é acusado por Londres e por Washington de ter bloqueado investigações anteriores sobre o uso de armas químicas na guerra civil síria. 

A França disse que trabalharia com os EUA em uma resposta ao ataque. O presidente francês, Emmanuel Macron, falou com Trump por telefone no domingo (8).

O ministro das Relações Exteriores russo, Serguei Lavrov, disse que as acusações à Rússia eram falsas e uma provocação.

O caso fez o Conselho de Segurança da ONU convocar duas reuniões para debater o assunto —uma a pedido de Washington e outra por requisição de Moscou. 

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