Mais duas pessoas são sequestradas no Equador por grupo dissidente das Farc

Rebeldes exigem libertação de combatentes e fim de acordo com a Colômbia contra o narcotráfico

O governo do Equador informou nesta terça-feira (17) que um grupo rebelde sequestrou mais duas pessoas na fronteira com a Colômbia.

É a mesma área de conflito onde três jornalistas foram sequestrados e assassinados pelo mesmo grupo na semana passada, segundo as autoridades.

Um porta-voz do governo exibiu cenas de um vídeo em que um homem e uma mulher, amarrados pelos pescoços com cordas, imploram ao presidente Lenin Moreno para que atenda às exigências dos sequestradores.

Mulher se emociona durante protesto e vigília pela morte de três jornalistas do jornal El Comercio, sequestrados e assassinados por um grupo dissidente das Farc
Mulher se emociona durante protesto e vigília pela morte de três jornalistas do jornal El Comercio, sequestrados e assassinados por um grupo dissidente das Farc - Santiago Armas/Xinhua

“Senhor Presidente, por favor, ajude-nos para que não aconteça conosco o mesmo que aconteceu com os jornalistas”, diz o homem no vídeo, ladeado por dois homens camuflados segurando rifles.

“Nós temos filhos e famílias. Não temos nada a ver com essa guerra.”

O governo equatoriano afirmou que os criminosos pertencem à mesma facção dissidente das Farc que, segundo o governo, matou três profissionais do jornal El Comercio três semanas após sequestrá-los.

Forças equatorianas e colombianas têm empreendido caçada ao líder do grupo, Walter Arizala, conhecido por Guacho, e ofereceram recompensa de mais de US$ 230 mil por informações que levem à captura dele.

A facção tem aterrorizado residentes da fronteira entre Equador e Colômbia, conduzindo ataques a alvos militares em retaliação à decisão de Moreno de combater traficantes de drogas. Quatro soldados já morreram nos ataques.

No vídeo enviado anteriormente para provar que os jornalistas estavam vivos, os sequestradores exigiam que o Equador libertasse diversos combatentes e encerrasse a cooperação com a Colômbia contra o narcotráfico.

Diversos grupos deixaram de subscrever o acordo que desmilitarizou cerca de 7.000 combatentes das Farc na Colômbia, e agora tentam assumir o fluxo de exportação de cocaína local, usando a área para embarcar a droga pelo oceano Pacífico rumo à América Central e aos EUA.

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