Principais candidatos à Presidência do Paraguai votam neste domingo

Primeiras horas da eleição transcorreram sem incidentes graves

Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado (direita), vota em Assunção
Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado (direita), vota em Assunção - AFP
Diego Zerbato
Assunção

Os dois principais candidatos à Presidência do Paraguai votaram cedo na manhã deste domingo (22), em uma eleição que em suas primeiras horas não teve incidentes graves.

Mario Abdo Benítez, do Partido Colorado (direita), e Efraín Alegre, do Partido Liberal (centro), foram às seções eleitorais antes das 8h (9h em Brasília), na primeira hora de votação.

Em café da manhã com os jornalistas no final da madrugada, Marito pediu aos paraguaios que fossem às urnas e disse que será um dia histórico, apesar da previsão de um comparecimento baixo.

Líder nas pesquisas, ele reiterou seu pedido de união dos paraguaios, embora tenha voltado a afirmar que priorizará seus partidários políticos na composição de seu ministério, se eleito.

“Terminamos esse processo tratando de ser coerentes com a necessidade de transformar a República, de fazer uma política diferente. Não nos dedicamos em nenhum momento a responder insultos, agravos, porque temos que estar unidos os paraguaios.”

Ele respondeu de forma evasiva sobre as participações do presidente Horacio Cartes e do vice, Juan Afara, na eleição do Senado pelo Partido Colorado, autorizadas pela Justiça, embora a lei não as permita, e de Oscar González Daher, que teve o mandato cassado por tráfico de influência.

“Acho que demos provas de que estamos buscando uma Justiça completamente despolitizada. Nós temos que respeitar a independência dos poderes e a institucionalidade da república.”

Questionado pela imprensa estrangeira sobre política externa, tema pouco abordado em sua campanha, disse que priorizará a abertura do Mercosul a outros países do mundo.

“O Mercosul tem um potencial ainda não desenvolvido à profundidade que eu gostaria. Nós vamos continuar aprofundando os laços com os países do bloco e abrirmos ao mundo.”

Também prestou solidariedade aos venezuelanos pela crise e disse que continuará com o tom crítico da administração de Cartes contra o regime de Nicolás Maduro.

“Eu sempre fui crítico à condução política da Venezuela. Minha solidariedade com esse grande povo, que em um momento foi o farol democrático da América Latina e que tem que recuperar seu caminho democrático.”

Na sequência, foi votar com a família, chegando ao colégio eleitoral em Assunção por volta das 7h30. Antes de entrar, foi perguntado sobre os eleitores que o criticam por sua relação com a ditadura de Alfredo Stroessner (1954-1989). “É uma crítica ridícula.”

Depois de acompanhar a mulher, Silvana, foi visitar o túmulo do pai, Mario Abdo Benítez, braço-direito do ditador, cumprindo um ritual de todas as campanhas eleitorais.

EFRAÍN

No mesmo horário, votava no prédio do Ministério da Fazenda o opositor Efraín Alegre. Ele comemorou o fato de não haver incidentes eleitorais até o momento e se disse confiante na disputa. “Hoje vai ser um grande dia, de um Paraguai que aposta no futuro, não no passado.”

Apesar da tranquilidade, os dois candidatos foram hostilizados no caminho. Ao acompanhar um de seus aliados, Efraín foi xingado por pessoas que estavam à frente de uma escola de Assunção, que gritavam para que fossem embora. Já Marito recebeu um arranhão de uma mulher ao chegar à seção eleitoral.

A previsão é que os primeiros resultados eleitorais saiam por volta das 18h locais e que a apuração termine às 23h, segundo o Tribunal Superior de Justiça Eleitoral, organizador do pleito.

As quatro primeiras pesquisas de boca de urna, feitas a partir das três primeiras horas de votação, mostram um dos candidatos com cerca de 50% dos votos, enquanto o outro teria em torno de 35%.

Conforme a lei eleitoral, os nomes não foram divulgados. O resultado apresenta números similares aos feitos antes da eleição, em que Marito liderava sobre Efraín.

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