Processo longo e previsível na Assembleia cubana encerra a era Castro

Sessão de mais de quatro horas confirma Míguel Díaz-Canel na presidência do Conselho de Estado

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Isabel Fleck
Havana

Assim que teve o nome anunciado para suceder Raúl Castro na presidência do Conselho de Estado (cargo do chefe de Estado e de governo de Cuba) nesta quarta (18), Míguel Díaz-Canel, 57, recebeu um aperto de mão e um abraço do comandante, a seu lado no evento.

O engenheiro eletrônico, que ocupava o cargo de primeiro vice-presidente, deverá ser confirmado nesta quinta (19).

Raúl deixará o conselho, mas seguirá à frente do Partido Comunista Cubano (até 2021) e das Forças Armadas, que dão as cartas na política na ilha.

Na sessão de mais de quatro horas da Assembleia, a presidente da Comissão de Candidaturas Nacional, Gisela Duarte Vázquez, afirmou que a proposta de formação do conselho sem Raúl atendia ao desejo do próprio de deixar o cargo após dois mandatos de cinco anos que sucederam a gestão do irmão, Fidel.

Após serem anunciados para o Conselho de Estado o presidente, um primeiro vice-presidente, outros cinco vices, um secretário e mais 23 membros, os 605 deputados fizeram uma votação secreta para confirmar a lista. O resultado será divulgado nesta quinta-feira (19).

A cerimônia, no Palácio das Convenções, foi transmitida pela TV e acompanhada minuto a minuto pelo site do jornal do partido, o Granma.

Mas as ruas estavam quietas. As eleições em Cuba, de sistema unipartidário, começaram em 2017 com a escolha das assembleias municipais. A Comissão de Candidaturas indicou a essas assembleias candidatos às assembleias provinciais e à Assembleia Nacional.

Em março, os cubanos foram às urnas apenas confirmar essa lista.

Durante a manhã, representantes dos órgãos envolvidos nas eleições e a TV cubana, no entanto, destacavam a alta participação do povo e o “processo democrático”.

Na TV, o especialista Fabio Fernández dizia que “Cuba aposta num modelo diferente, onde a pluralidade da sociedade, a variedade de ideias não se representa mediante a afiliação a diferentes partidos políticos”.

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