O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que o suposto ataque químico do sábado passado em Ghouta Oriental, na Síria, foi armado por agentes estrangeiros.
EUA e França dizem ter provas de que o ataque com um gás tóxico aconteceu. Ao lado do Reino Unido, eles planejam uma ação militar contra a Síria, em retaliação.
Durante encontro com a imprensa nesta sexta (13), Lavrov disse ter "evidências irrefutáveis" de que o ataque foi forjado como parte de uma "campanha russofóbica" liderada por um país, que não identificou.
Já o Exército russo, por meio de um porta-voz, responsabilizou o Reino Unido pela suposta armação. Igor Konashenkov acusou Londres de ter exercido "forte pressão" sobre os socorristas sírios para montar o ataque na cidade de Duma.
A embaixadora do Reino Unido na ONU, Karen Pierce, qualificou a acusação de "mentira grotesca".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta sexta que o Oriente Médio está "um caos" e que a Guerra Fria está "de volta com uma vingança", durante uma reunião especial do Conselho de Segurança da ONU convocada pela Rússia.
Guterres instou os países a agirem "de maneira responsável nessas circunstâncias perigosas".
"O aumento das tensões e a incapacidade de chegar a um acordo no estabelecimento de um mecanismo de responsabilização ameaçam levar a uma escalada militar", disse.
A Rússia tem forças militares empregadas na Síria em apoio ao ditador Bashar al-Assad.
O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, disse na reunião que EUA, França e Reino Unido estão interessados apenas na derrubada do regime Assad e na contenção russa.
"Continuamos a observar os perigosos preparativos militares para um ato de força ilegal contra um Estado soberano, o que constituiria uma violação da lei internacional", disse Nebenzia. "Pedimos que esses países reconsiderem."
O representante da Síria afirmou que "não terá outra opção" senão defender-se caso haja um ataque ocidental.
"Isso não é uma ameaça, é uma promessa", disse Bashar Jaafari.
Uma delegação de inspetores da Organização para a Proibição da Armas Químicas (Opaq) chegou à Síria nesta sexta, e uma segunda equipe é esperada para o sábado.
Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que 43 pessoas morreram com sintomas compatíveis com um ataque químico. Outras 500 receberam atendimento médico.
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