Descrição de chapéu Vladimir Putin Rússia

Rússia diz que ataque químico na Síria foi forjado

Secretário-geral da ONU alerta que a Guerra Fria está voltando e pede contenção de países

AFP e Reuters

O chanceler russo, Serguei Lavrov, disse que o suposto ataque químico do sábado passado em Ghouta Oriental, na Síria, foi armado por agentes estrangeiros. 

EUA e França dizem ter provas de que o ataque com um gás tóxico aconteceu. Ao lado do Reino Unido, eles planejam uma ação militar contra a Síria, em retaliação. 

A embaixadora dos EUA na ONU, Nikki Haley, cumprimenta seu colega russo, Vasily Nebenzya, antes de reunião do Conselho de Segurança da ONU sobre a Síria, em Nova York - Eduardo Munoz/Reuters

Durante encontro com a imprensa nesta sexta (13), Lavrov disse ter "evidências irrefutáveis" de que o ataque foi forjado como parte de uma "campanha russofóbica" liderada por um país, que não identificou. 

Já o Exército russo, por meio de um porta-voz, responsabilizou o Reino Unido pela suposta armação. Igor Konashenkov acusou Londres de ter exercido "forte pressão" sobre os socorristas sírios para montar o ataque na cidade de Duma.

A embaixadora do Reino Unido na ONU, Karen ​Pierce, qualificou a acusação de "mentira grotesca".

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta sexta que o Oriente Médio está "um caos" e que a Guerra Fria está "de volta com uma vingança", durante uma reunião especial do Conselho de Segurança da ONU convocada pela Rússia.

Guterres instou os países a agirem "de maneira responsável nessas circunstâncias perigosas".

"O aumento das tensões e a incapacidade de chegar a um acordo no estabelecimento de um mecanismo de responsabilização ameaçam levar a uma escalada militar", disse. 

A Rússia tem forças militares empregadas na Síria em apoio ao ditador Bashar al-Assad. 

O embaixador russo na ONU, Vassily Nebenzia, disse na reunião que EUA, França e Reino Unido estão interessados apenas na derrubada do regime Assad e na contenção russa. 

"Continuamos a observar os perigosos preparativos militares para um ato de força ilegal contra um Estado soberano, o que constituiria uma violação da lei internacional", disse Nebenzia. "Pedimos que esses países reconsiderem." ​

O representante da Síria afirmou que "não terá outra opção" senão defender-se caso haja um ataque ocidental. 

"Isso não é uma ameaça, é uma promessa", disse Bashar Jaafari.

Uma delegação de inspetores da Organização para a Proibição da Armas Químicas (Opaq) chegou à Síria nesta sexta, e uma segunda equipe é esperada para o sábado. 

Nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que 43 pessoas morreram com sintomas compatíveis com um ataque químico. Outras 500 receberam atendimento médico. 

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