Rússia diz que não achou provas de suposto uso de arma química em Duma

Observatório Sírio para os Direitos Humanos disse que ataque teria causado 60 mortes

O ministro das Relações Exteriores russo, Seguei Lavrov, em encontro com diplomatas em Moscou nesta segunda (9)
O ministro das Relações Exteriores russo, Seguei Lavrov, em encontro com diplomatas em Moscou nesta segunda (9) - Kirill Kudryavtsev/AFP
Moscou e Beirute | Reuters e Associated Press

O Ministério da Defesa russo disse nesta segunda-feira (9) que não achou evidências de ataque com arma química em Duma, na Síria.

O Observatório Sírio para os Direitos Humanos, ONG com sede no Reino Unido, disse que ao menos 60 pessoas morreram e mil ficaram feridas no ataque, feito no sábado (7) na região de Ghouta Oriental. O caso foi revelado no domingo (8). 

Já os capacetes brancos (organização que atua como Defesa Civil em zonas não controladas pelo governo sírio) afirmaram que são 49 mortos até o momento. Vídeos postados pelo grupo mostram as vítimas respirando com ajuda de máquinas de oxigênio e moradores cuspindo sangue. 

Houve reações internacionais, com o Reino Unido e a França condenando o suposto ataque e o presidente americano, Donald Trump, sugerindo que a Rússia "pagaria um preço".

Os militares russos dizem que têm enviado representantes para negociar com os rebeldes sírios em Duma e que seus especialistas inspecionaram a área onde o agente tóxico teria sido usado, mas que não acharam restos do composto. Os militares russos também dizem que estiveram no hospital em Duma e que não acharam pacientes com sintomas de exposição a venenos químicos.

Para os russos, os capacetes brancos, ligados à oposição síria, são "cúmplices rebeldes sem-vergonha" e tentam atrapalhar as negociações entre governo e rebeldes.

A Rússia é a principal aliada do ditador sírio Bashar al-Assad e tem ajudado o regime sírio dando suporte aéreo a suas forças contra os rebeldes.

Criança é atendida em hospital em Ghouta, na Síria, após suposto ataque químico
Criança é atendida em hospital em Ghouta, na Síria, após suposto ataque químico - Capacetes Brancos/Divulgação/AFP

AEROPORTO

Os governos da Síria e da Rússia disseram nesta segunda que o ataque a um aeroporto militar na Síria n desta segunda (9) —noite de domingo (8), no horário de Brasília— , que deixou 14 mortos, foi feito por Israel.  

Israel não comentou sobre as acusações de que estaria por trás do ataque, que matou quatro iranianos. O país normalmente não comenta sobre suas operações na Síria, que têm sido frequentes.

Foi o segundo bombardeio à base síria, conhecida como T4 —acredita-se que no local existam caças iranianos. Israel bombardeou a base em fevereiro deste ano, depois que, segundo o país, um drone iraniano invadiu o espaço aéreo israelense.

Segundo o Ministério da Defesa da Rússia, dois aviões israelenses dispararam oito mísseis em direção ao aeroporto. Cinco foram derrubados pela Síria e três atingiram a base, segundo os militares russos.

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