Segundo colocado pede recontagem de votos de eleição no Paraguai

Efraín Alegre diz ter evidências de fraude; tribunal eleitoral nega irregularidades

Efraín Alegre (esq) e seu candidato a vice, Leo Rubin, falam com a imprensa em Lambare City, no Paraguai - Marta Escurra - 22.abr.2018/Associated Press
Assunção | Reuters

Efraín Alegre, candidato que perdeu as eleições presidenciais do domingo no Paraguai, afirmou nesta terça-feira (24) ter evidências de votação fraudulenta e pediu uma recontagem dos votos. 

Segundo Alegre, que concorreu pela Aliança Ganhar (centro), o Tribunal Superior da Justiça Eleitoral (TSJE) pronunciou muito rapidamente a vitória de Mario Abdo, do conservador Partido Colorado. 

"Já temos exemplos muito claros de fraude que vamos denunciar caso a caso", disse Alegre. "Vamos participar da recontagem."

Com 97,67% dos votos apurados no domingo, o tribunal disse que Abdo obteve 46,44% e Alegre, 42,74%. A previsão é que Abdo tome posse em agosto para um mandato de cinco anos.

Os resultados foram divulgados com base no sistema de contagem rápida -- Transmissão de Resultados Eleitorais Preliminares, conhecido pela sigla ​TREP. 

“No domingo dissemos que o TREP é um resultado preliminar. As atas é que têm realmente a validez para ser parte fundamental do processo eleitoral”, afirmou Alegre. 

O candidato liberal aceitou na noite do domingo os resultados da contagem rápida, mas não reconheceu a derrota devido à margem apertada entre os dois candidatos. 

Afirmou que esperaria o julgamento oficial das atas pelos juízes, que começou nesta terça. As atas dão o resultado de contagem manual em cada mesa eleitoral.

Observadores internacionais que monitoraram a eleição de domingo não apontaram graves problemas.

Luis Salas, diretor de Recursos Eleitorais do tribunal, negou fraude na contagem dos votos e disse que o exame das atas continuará normalmente segundo o calendário eleitoral. 

“Não existe fraude, e que eles demonstrem [que há]. Estou seguro de que não existe, houve um controle eficiente. Não queremos que a democracia seja manchada pelas suspeitas”, disse. 

Manifestantes partidários de Alegre e de setores da oposição começaram a se posicionar diante de TSEJ, em Assunção. A polícia enviou reforços para o local. 

Fernando Lugo, presidente do Congresso paraguaio e cuja Frente Guasú fez parte da Aliança Ganhar de Alegre, pediu que o TSJE suspenda imediatamente o exame das atas. 

“Pedimos que o controle seja feito de forma lenta, se não têm nada a esconder. Pedimos que se suspenda o julgamento das atas. Pedimos que os resultados sejam com o povo elegeu. Prometeram que a contagem seria interrompida”, disse Lugo, que foi presidente entre 2008 e 2012.

Segungo Lugo, o presidente do TSJE, Jaime Bestard, afirmou que conversaria com outros ministros do tribunal para decidir sobre o pedido. 

Em entrevistas a rádios locais, porém, Bestard afirmou que o julgamento das atas continua normalmente e que o tribubal “trabalha de maneira transparente”.

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