EUA, Reino Unido e França atacam Síria em retaliação a suposto ataque químico

Segundo Donald Trump, bombardeios atingiram instalações de produção de agentes tóxicos

 
Nova York

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta sexta-feira 13 que lançou uma ofensiva aérea contra a Síria, em represália ao suposto ataque químico que matou 40 pessoas na semana passada. A Casa Branca diz que o ato em questão teria sido ordem do ditador sírio, Bashar al-Assad.

Segundo Trump, o lançamento de 58 mísseis liderado por Washington teve como objetivo destruir cerca de um quinto da Força Aérea síria. A ação teve participação de militares do Reino Unido e da França, que anunciaram apoio aos EUA há dois dias

O presidente americano também afirmou que uma ação coordenada com esses aliados está em curso, integrando esforços militares, diplomáticos e econômicos dos governos das três nações. 

RÚSSIA E IRÃ

Enquanto isso, aviões e navios americanos foram usados na ofensiva anunciada pelo republicano, de acordo com várias pessoas próximas às Forças Armadas dos EUA. 

O americano mandou ainda alertas a Moscou e Teerã, acusando-os de "apoiar, equipar e financiar o regime criminoso" do ditador Assad.

Segundo Trump, Moscou fracassou na promessa feita há cinco anos de eliminar as armas químicas na Síria, e a reação dos EUA e seus aliados são uma resposta direta, acrescentando que o Kremlin precisa "decidir se vai prosseguir nessa rota escura".

"Que tipo de nação quer se associar ao assassinato em massa de homens, mulheres e crianças inocentes? As nações do mundo só podem ser julgadas pelos amigos que têm", disse. "Nenhuma nação pode prosperar ao promover ditadores assassinos."

O embaixador da Rússia nos EUA disse que o ataque "não ficará sem consequências". Putin, por comunicado, disse que a Rússia "está ajudando a legitimar um governo que luta contra o terrorismo" na Síria. 

A decisão de Trump —o segundo ataque aéreo dos EUA a forças do regime, mais potente do que o que atingiu uma pista de pouso no ano passado— contraria sua intenção de retirar suas tropas do conflito. Na semana passada, Trump anunciara que planejava trazer seus 2.000 militares na Síria de volta em breve. 

Pouco após Trump, a primeira-ministra britânica, Theresa May, afirmou em comunicado que autorizara as Forças Armadas de seu país a realizar ataques para "degradar a capacidade de uso de armas químicas pelo regime sírio e conter o uso delas".

"Esse comportamento precisa ser barrado não só para proteger inocentes de mortes horríveis causadas por armas químicas, mas também porque não podemos permitir a erosão de regras internacionais", afirmou a britânica. 

May também afirmou que "todos os canais diplomáticos" foram explorados antes da ação militar, lembrando que Moscou vetou uma resolução no Conselho de Segurança da ONU para investigar o suposto ataque químico em Duma, um dos subúrbios de Damasco, a capital da Síria.

Nos últimos dias, no rastro de imagens de mortos no suposto ataque, Trump disse que atacaria de imediato a Síria e depois recuou, afirmando que não havia ainda cronograma para a ação militar.

Suas idas e vindas retóricas refletiram críticas de analistas que apontaram contradições no comportamento do presidente. Trump já havia criticado seu antecessor, Barack Obama, por anunciar com antecedência ações que as Forças Armadas tomariam.

Do outro lado do front de um conflito que atinge agora temperatura inédita, o Kremlin disse mais cedo que as imagens do suposto ataque foram forjadas e que não foram usadas armas químicas.

O chanceler russo, Sergei Lavrov, afirma ter "dados irrefutáveis que o episódio foi uma montagem criada pelo serviço secreto de países que estão na dianteira de uma campanha anti-Rússia".

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