Venezuela suspende licença da Copa Airlines em retaliação ao Panamá

Na semana passada, país colocou Maduro e chavistas em lista de risco de lavagem de dinheiro

Homem carrega duas malas ao passar pelo carpete degradê, de cores lilás, laranja, amarelo, verde, azul, violeta
Homem leva suas bagagens pelo corredor do embarque internacional do aeroporto de Maiquetía, que serve Caracas; Copa Airlines tem licença suspensa pelo regime - Leo Ramirez - 3.abr.14/AFP
São Paulo

A Venezuela suspendeu nesta quinta-feira (5) por 90 dias a licença de funcionamento da Copa Airlines, praticamente a única companhia aérea comercial latino-americana que voava para o país. 

A medida é uma retaliação ao Panamá, que na semana passada incluiu o ditador Nicolás Maduro, outros 54 dirigentes chavistas e 16 empresas venezuelanas na lista de alto risco para lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo de investidores do país centro-americano, considerado um paraíso fiscal.

Além da Copa, a medida de reciprocidade de Caracas atingiu o presidente panamenho, Juan Carlos Varela, 22 empresários e 46 empresas. Em nota, o regime justificou a suspensão como uma medida para proteger o sistema econômico e financeiro.

Horas depois, o Panamá convocou de volta seu embaixador em Caracas e pediu que a Venezuela faça o mesmo com seu representante na capital panamenha.

Até a publicação deste texto a Copa Airlines não havia confirmado a suspensão dos voos a Caracas e Maracaibo nem o que os passageiros com viagem marcada deverão fazer. A medida também deverá afetar a subsidiária de baixo custo Wingo, que voa de Caracas a Bogotá.

Nos últimos anos, as principais empresas aéreas do mundo deixaram de operar na Venezuela, principalmente devido ao controle cambiário que as impedia de repatriar os lucros com a venda das passagens aéreas.

Além das venezuelanas, ainda mantêm frequências American Airlines, Air France,, a portuguesa TAP, as espanholas Iberia e Air Europa e a estatal Cubana de Aviación e a Turkish Airlines —o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, é um dos aliados de Maduro.

O Brasil não tem voos diretos à Venezuela desde o ano passado, quando a venezuelana Avior cancelou sua frequência de Manaus (AM) a Barcelona (a 316 km a leste de Caracas). A Latam deixou o país em 2016 e a Gol, em 2015.

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