A Venezuela suspendeu nesta quinta-feira (5) por 90 dias a licença de funcionamento da Copa Airlines, praticamente a única companhia aérea comercial latino-americana que voava para o país.
A medida é uma retaliação ao Panamá, que na semana passada incluiu o ditador Nicolás Maduro, outros 54 dirigentes chavistas e 16 empresas venezuelanas na lista de alto risco para lavagem de dinheiro e financiamento do terrorismo de investidores do país centro-americano, considerado um paraíso fiscal.
Além da Copa, a medida de reciprocidade de Caracas atingiu o presidente panamenho, Juan Carlos Varela, 22 empresários e 46 empresas. Em nota, o regime justificou a suspensão como uma medida para proteger o sistema econômico e financeiro.
Horas depois, o Panamá convocou de volta seu embaixador em Caracas e pediu que a Venezuela faça o mesmo com seu representante na capital panamenha.
Até a publicação deste texto a Copa Airlines não havia confirmado a suspensão dos voos a Caracas e Maracaibo nem o que os passageiros com viagem marcada deverão fazer. A medida também deverá afetar a subsidiária de baixo custo Wingo, que voa de Caracas a Bogotá.
Nos últimos anos, as principais empresas aéreas do mundo deixaram de operar na Venezuela, principalmente devido ao controle cambiário que as impedia de repatriar os lucros com a venda das passagens aéreas.
Além das venezuelanas, ainda mantêm frequências American Airlines, Air France,, a portuguesa TAP, as espanholas Iberia e Air Europa e a estatal Cubana de Aviación e a Turkish Airlines —o líder turco, Recep Tayyip Erdogan, é um dos aliados de Maduro.
O Brasil não tem voos diretos à Venezuela desde o ano passado, quando a venezuelana Avior cancelou sua frequência de Manaus (AM) a Barcelona (a 316 km a leste de Caracas). A Latam deixou o país em 2016 e a Gol, em 2015.
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