Vice dos EUA pede apoio público de países da América Latina ao ataque na Síria

Canadá, México e Colômbia seguem Mike Pence; Brasil, Argentina e Peru evitam respaldo aberto

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De terno preto e gravata azul clara, Pence fala e gesticula com as mãos abertas; atrás dele à esquerda aparece uma bandeira dos Estados Unidos; imagem é cortada pouco abaixo do peito de Pence
O vice-presidente dos EUA, Mike Pence, discursa durante entrevista coletiva na Cúpula das Américas, em Lima, no Peru - Karel Navarro/Associated Press
Lima

O vice-presidente americano, Mike Pence, instou neste sábado (14) todos os países da América Latina a apoiarem publicamente o ataque militar à Síria liderado pelos Estados Unidos.

Ele agradeceu o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, e o presidente mexicano, Enrique Peña Nieto, por terem declarado seu apoio ao bombardeio contra armazéns de armas químicas do ditador Bashar al-Assad. 

A grande maioria dos países presentes na Cúpula das Américas, entre eles o Brasil, foi cuidadosa —condenou o uso de armas químicas, mas não apoiou explicitamente a ação militar.

“Eu conclamo todas as nações do hemisfério a apoiarem publicamente esta ação militar e condenar o regime sírio”, disse Pence em seu discurso na Cúpula das Américas. “Precisamos passar a mensagem de união e determinação, mostrar que não vamos jamais aceitar esses ataques.”

O presidente Michel Temer condenou o uso de armas químicas na Síria, mas não respaldou. “Não se pode aplicar apenas a força, a via diplomática é fundamental. Não é útil para o mundo, o clima é muito preocupante.”

Temer pediu uma solução baseada no direito internacional para resolver a guerra. “O Brasil há muito tempo repudia o uso de armas químicas, mas essas questões devem ser resolvidas baseadas no direito internacional, então é importante que a ONU entre nessa questão para logo resolver o conflito da Siria.” 

O Conselho de Segurança da ONU tem tentado repetidamente impor sanções contra Assad, mas sofre o veto da Rússia, que apoia o regime sírio.

“É urgente que os envolvidos encontrem uma abordagem urgente e concertada capaz de acabar com tanto sofrimento”, diz Justin Trudeau, primeiro-ministro do Canadá, que abriu seu discurso na cúpula com uma declaração de apoio ao ataque. “É preciso punir os responsáveis.” 

O presidente colombiano, Juan Manuel Santos, foi um dos poucos a ser taxativo no apoio ao ataque. “Sempre apoiaremos as ações para punir o uso e buscar a erradicação das armas químicas, mas também fazemos um apelo à paz”.

O Peru, que ocupa vaga temporária do Conselho de Segurança, foi na mesma linha que o Brasil. O Ministério das Relações Exteriores pediu moderação a todas as partes e disse que trabalha para achar uma solução política.

O presidente argentino, Mauricio Macri, também pediu maior coordenação da comunidade internacional para “preservar a paz e a segurança, evitando ações que gerem escalada de tensão.”

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