Acordo abre caminho para separatista assumir Presidência na Catalunha

Partido de esquerda vai se abster, e protegido de presidente cassado por Madri deve ser eleito

Madri | AFP

Um acordo político abriu o caminho para a escolha do editor Quim Torra como novo presidente da Catalunha, na Espanha. Com isso, deve haver um novo capítulo da crise entre os separatistas da região e o governo central em Madri.

O candidato a presidente catalão Quim Torra cumprimenta a líder partidária Ines Arrimada no Parlamento
O candidato a presidente Quim Torra cumprimenta a líder partidária Ines Arrimada no Parlamento - Pau Barrena - 12.mai.2018/AFP

O partido radical de esquerda CUP (Candidatura de Unidade Popular) disse neste domingo (13) que vai se abster da votação para ratificar Torra como presidente no Parlamento regional, em sessão marcada para a segunda-feira.

Protegido do líder separatista Carles Puigdemont, que está na Alemanha aguardando extradição para a Espanha sob acusação de secessão, Torra havia tentando se eleger no sábado, mas os votos contrários da esquerda radical o barraram.

A escolha de Torra, 55, poderá encerrar a intervenção federal do governo do primeiro-ministro Mariano Rajoy, que cassou Puigdemont e tomou controle direto da Catalunha após os separatistas declararam uma "República Catalã" em 27 de outubro do ano passado.

Rajoy convocou eleições em dezembro, mas os pró-independência ganharam a maioria dos assentos. Puigdemont tentou se reeleger presidente, mesmo estando fora do país, mas foi barrado pela Justiça. Assim, indicou Torra como seu preposto.

No sábado, Torra chamou o provável antecessor de "presidente legítimo", indicando que a disputa entre os separatistas e Madri deverá continuar. A Catalunha é uma região rica, somando cerca de 20% do PIB espanhol, e tem cultura e língua distintas.

Sentimentos por independência marcam sua história há séculos. É, contudo, integrante do Estado espanhol desde o século 12 e pesquisas recentes mostram que cerca de 40% de sua população apoia a separação —a mera hipótese de isso acontecer já afugentou diversas empresas da região, temendo isolamento econômico fora do escopo da União Europeia.

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