Descrição de chapéu israel Binyamin Netanyahu

Acusação de Israel sobre violação do acordo pelo Irã tem recepção morna

Reino Unido diz que documento tem que ser mantido; Alemanha pede que agência nuclear investigue

Binyamin Netanyahu durante sua apresentação sobre o acordo nuclear do Irã nesta segunda (30)
Binyamin Netanyahu durante sua apresentação sobre o acordo nuclear do Irã nesta segunda (30) - Xinhua
Reuters e Associated Press

A acusação feita pelo primeiro-ministro israelense Binyamin Netanyahu de que o Irã violou os termos do acordo nuclear de 2015 foi recebida de forma morna nesta terça-feira (1º).

Boris Johnson, ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, disse que a fala de Netanyahu mostra a importância de manter o acordo com o Irã, que prevê sanções duras. "O acordo nuclear com o Irã não é baseado na confiança nas intenções do Irã e sim na dura verificação", disse ele. 

Já o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Heiko Maas, disse que a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica, ligada à ONU) deveria investigar as alegações o mais rápido possível. Ele afirmou que a Alemanha também vai analisar a informação mostrada por Netanyahu e que "a segurança de Israel está no centro da política alemã".

A chefe das relações exteriores da União Europeia, Federica Mogherini, disse que sua "reação preliminar" era de que Netanyahu não havia mostrado provas de que o Irã violou o acordo.

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, disse que a informação mostrada por Netanyahu prova que os líderes do Irã mentiram à população sobre o programa de armas nucleares conhecido como "Projeto Amad". Ele não respondeu, porém, se acreditava que os documentos provavam que o acordo havia sido violado.

A AIEA não quis se pronunciar sobre a fala do israelense nesta terça (1º), mas reafirmou seu último relatório sobre o país, de 2015. Segundo a agência, o Irã realizou esforços coordenados para desenvolver um artefato nuclear até 2003 e esforços menos organizados depois disso. A organização diz, porém, que não há evidências de tentativas depois de 2009.

ACUSAÇÃO

Em discurso em inglês nesta segunda-feira (30), Netanyahu afirmou que Israel tem provas de que o Irã teria mentido sobre suas ações para obter armas nucleares. 

Em 30 minutos de explanação diante de um telão com gráficos e vídeos, o premiê israelense empenhou-se para mostrar as supostas mentiras 12 dias antes do prazo dado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, para avalizar ou deixar o acordo nuclear selado entre o Irã e seis potências.

“Estou aqui para dizer uma coisa: o Irã mentiu. E muito. Temos 100 mil documentos que provam que eles mentiram”, disse Netanyahu. “Após assinar o acordo nuclear, em 2015, o Irã intensificou seus esforços para esconder seus arquivos nucleares secretos.”

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