A ordem alfabética fez com que a Síria, país acusado de ataques com armas químicas na guerra civil que se arrasta desde 2011, assumisse a presidência da Conferência para o Desarmamento, órgão ligado à ONU que trabalha pela redução de armas no mundo e não proliferação de armas nucleares.
A conferência, sediada em Genebra, é formada por 65 países e é o fórum mundial mais importante na área de desarmamento, apesar de ter atingido poucos resultados práticos nos últimos anos. Damasco ocupará a presidência do órgão durante quatro semanas.
Os Estados Unidos criticaram a liderança síria do fórum, chamando-a de "farsa".
"Essa não é uma presidência normal e portanto os Estados Unidos não irão tratá-la como tal", afirmou o enviado americano à conferência, Robert Wood, que se retirou da sala na primeira reunião sob a presidência síria, nesta terça-feira (29).
O Departamento de Estado americano, em Washington, também se manifestou. "Estamos ultrajados com a flagrante negligência do regime sírio pela vida humana, as sérias violações disso e o desprezo pelas suas obrigações internacionais e sua audácia em assumir a presidência de um órgão internacional comprometido com o avanço do desarmamento", disse a porta-voz Heather Nauert. "Falta à Síria credibilidade para assumir a presidência", completou.
No início de abril, a cidade síria de Duma foi palco de mais um ataque químico que deixou 40 mortos e mais de 500 feridos em meio à guerra civil que opõe o regime do ditador Bashar al-Assad e rebeldes opositores.
Uma visita de inspetores internacionais foi adiada após uma equipe da ONU ser alvo de ataque a tiros em Duma. A missão da Opaq (Organização para Proibição de Armas Químicas) havia sido um pedido das potências ocidentais, que culpam Assad e a Rússia, sua aliada, pelo ataque —Moscou e Damasco negam envolvimento.
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