Descrição de chapéu Coreia do Norte Governo Trump

Americanos libertados pela Coreia do Norte chegam a Washington

Grupo foi recebido no aeroporto pelo presidente Donald Trump no meio da madrugada

Kim Dong-chul, um dos libertados, acena ao deixar o avião ao lado do presidente Donald Trump e da primeira-dama, Melania
Kim Dong-chul, um dos libertados, acena ao deixar o avião ao lado do presidente Donald Trump e da primeira-dama, Melania - Saul Loeb/AFP
Washington | Reuters e Associated Press

Os três americanos que estavam presos na Coreia do Norte e foram libertados pelo ditador Kim Jong-un chegaram na madrugada desta quinta-feira (10) a Washington, onde foram recebidos pelo presidente Donald Trump e pela primeira-dama Melania. 

O casal subiu a bordo do avião assim que ele pousou na base aérea de Andrews, nas proximidades da capital americana, às 2h40 locais (3h40 no horário de Brasília).

Trump ficou por cinco minutos dentro da aeronave, antes de sair acompanhado de Kim Dong-chul, Tony Kim e Kim Hak-song, os três libertados, todos de ascendência coreana (nenhum deles é parente do ditador norte-coreano). 

A libertação foi a maior vitória simbólica do presidente americano desde que ele voltou a negociar com Pyongyang, no início do ano.

Por isso, em um gesto pouco comum no país, Trump e a primeira-dama deixaram a Casa Branca no meio da madrugada para receber o grupo. "Acho que vocês quebraram o recorde de audiência da história da televisão às 3h", disse o presidente aos jornalistas que acompanhavam a recepção. 

O presidente americano disse na terça (8), durante o discurso no qual anunciou a saída do país do acordo nuclear com o Irã, que tinha enviado o seu secretário de Estado, Mike Pompeo, para a Coreia do Norte para negociar a libertação, que foi confirmada no dia seguinte. 

"Francamente, não achamos que isso iria acontecer e aconteceu", disse Trump no aeroporto durante a recepção ao grupo.

O americano também agradeceu o ditador norte-coreano, com quem deve se encontrar em breve. "Estamos começando com o pé direito. É maravilhoso que eles tenham soltado o pessoal logo", afirmou. 

Trump disse acreditar que Kim queira incluir a Coreia do Norte "no mundo real" e disse estar esperançoso que o encontro entre eles traga grandes avanços. Será a primeira vez que um presidente americano e um ditador norte-coreano se reúnem. 

"Creio que temos uma grande chance de fazer algo muito significativo. Meu maior orgulho, e a libertação é parte disso, será quando conseguirmos desnuclearizar toda a península [coreana]", disse ele. 

A viagem de Pompeo a Pyongyang e seu encontro com Kim —o segundo em seis semanas— também tinham como objetivo acertar detalhes da cúpula entre os líderes, mas não foram divulgados quais assuntos foram discutidos.

Trump disse apenas que as informações sobre o encontro, incluindo data e local, serão divulgadas em três dias. 

 

Livres

Os três americanos foram detidos por espionagem ou "atos hostis" na Coreia do Norte. Todos foram presos nos últimos três anos.

Kim Dong-chul, empresário, foi condenado a dez anos de trabalhos forçados por espionagem. Ele diz ter sido preso em outubro de 2015 ao se encontrar com um soldado norte-coreano que lhe passaria informações. 

Tony Kim foi preso em abril de 2017; ele havia passado um mês dando aulas de contabilidade na Universidade de Ciência e Tecnologia de Pyongyang, uma instituição cristã, e foi detido ao tentar embarcar no avião quando estava deixando o país.

Já Kim Hak-song foi detido em maio de 2017; ele estava na Coreia do Norte para fazer pesquisas na área de agricultura da mesma universidade. Nascido na China, perto da fronteira com a Coreia do Norte, ele emigrou aos EUA nos anos 1990 e se tornou cidadão americano.

Eles chegaram aparentemente em bom estado de saúde, mas foram levados para um hospital militar para serem avaliados. "Eu fui tratado de diversas maneiras, mas de modo geral tive que fazer muito trabalho forçado e quando ficava doente, recebia algum tratamento", disse Kim Dong-chul. 

Não há detalhes de quando eles serão liberados do hospital ou de quando vão se reunir com suas famílias. Em um comunicado conjunto divulgado na noite de quarta, eles agradeceram ao presidente Trump e ao secretário Pompeo “por terem nos trazido de volta para casa”.

A detenção de americanos pelo regime de Kim vinha sendo um ponto de tensão entre os países, especialmente depois que a Coreia do Norte prendeu Otto Warmbier, acusado de tentar roubar um pôster durante viagem ao país e condenado a 15 anos de trabalhos forçados. Libertado em junho do ano passado, ele estava em coma e morreu alguns dias depois nos EUA.

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