Descrição de chapéu Itália

Dois partidos mais votados na Itália chegam a acordo sobre plano de governo

Movimento 5 Estrelas e a Liga, porém, ainda não acertaram quem será o possível premiê

Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, fala à imprensa em Roma
Luigi Di Maio, líder do Movimento 5 Estrelas, fala à imprensa em Roma - Angelo Carconi - 7.mai.2018/Associated Press
Roma | AFP e Reuters

Mais de dois meses depois da eleição italiana, o Movimento 5 Estrelas (M5S, antissistema) e a Liga (extrema-direita) chegaram a um acordo sobre o programa de governo, abrindo espaço para que uma coalizão seja formada até o fim deste mês.

Apesar de algumas propostas mais radicais (como a saída do país da zona do euro) terem sido deixadas de lado, o “contrato” entre os dois partidos que mais receberam votos na eleição de 4 de março começa o possível novo governo em colisão com a União Europeia.

O texto claramente vira as costas para a austeridade, em um país que tem uma dívida pública equivalente a 132% do PIB (Produto Interno Bruto), que só não é maior que o da Grécia entre os países da zona do euro.

A aposta é que o plano vai estimular o crescimento da economia e, assim, a dívida pública será reduzida ao longo do tempo.

As propostas incluem uma reforma fiscal em que os impostos para pessoas físicas e empresas ficariam reduzidos a duas taxas de 15% e 20 e a instauração de uma “renda de cidadania” de € 780 mensais (cerca de R$ 3.400, pela cotação atual), além de reduzir a idade de aposentadoria na segunda população mais idosa do planeta, atrás apenas da do Japão.

O texto também menciona o abandono das sanções contra a Rússia.

Um acordo é necessário porque nenhum partido conquistou a maioria necessária de 40% das cadeiras para governar sozinho.

O Movimento 5 Estrelas já conseguiu a aprovação de seus integrantes após votação pela internet nesta sexta-feira (18). A Liga realizará a sua consulta neste sábado (19).

Os passos seguintes serão escolher um primeiro-ministro para tocar o programa adiante e receber o aval de Sergio Mattarella, o presidente italiano.

As preocupações em relação ao programa derrubaram a Bolsa italiana nesta sexta (queda de 1,5%) e levaram o dólar a perder força em relação ao dólar. O rendimento da dívida italiana teve a maior alta nesta semana em três anos, um sinal de preocupação por parte dos investidores.

No total, as medidas poderia custar pelo menos € 100 bilhões (R$ 440 bilhões), segundo vários analistas, que não sabem como tais ideias poderiam ser financiadas.

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