Descrição de chapéu Venezuela

Em comício final da campanha, Maduro ofende presidente da Colômbia

Ditador manda Santos "pro caralho", por dizer que não reconhecerá resultado do pleito

O ditador venezuelano, Nicolás Maduro (à esq.), e o craque argentino Diego Maradona (segurando a bandeira venezuelana)  no último comício da campanha
O ditador venezuelano, Nicolás Maduro (à esq.), e o craque argentino Diego Maradona no último comício da campanha - Ariana Cubillos/Associated Press
Fabiano Maisonnave
Caracas

No último comício de campanha antes da eleição de domingo (20), o ditador venezuelano, Nicolás Maduro, insultou os presidentes colombiano, Juan Manuel Santos, e argentino, Mauricio Macri. 

“Santos, vai pro caralho, não nos importa o que você pensa”, disse Maduro, diante de uma multidão vestida de vermelho, no centro de Caracas.

Trata-se de uma resposta ao anúncio do colombiano de que não reconhecerá o resultado da eleição presidencial. Outros países da região, como o Brasil, consideram a consulta ilegítima por não assegurar a participação plena da oposição.

Santos não comentou o xingamento. Porém, anunciou a apreensão de 400 toneladas de alimentos comprados pelo regime venezuelano, sob a justificativa de que eles estavam estragados e seriam usados para a compra de votos.

Também acusou Caracas de aliciar grupos de colombianos desde o ano passado oferecendo falsa cidadania venezuelana para que votassem nas eleições. 

Ao lado do ex-jogador argentino Diego Maradona, aliado do chavismo e da ex-presidente Cristina Kirchner, Maduro chamou Macri de lixo por voltar a recorrer ao FMI (Fundo Monetário Internacional).

O governo argentino pediu ajuda ao Fundo para lidar com a desvalorização do peso, a moeda local.

Por outro lado, Maduro saudou o presidente turco, Recep Tayyp Erdogan, que promove uma escalada autoritária em seu país, incluindo a prisão de adversários políticos e jornalistas e o fechamento de meios de comunicação.

Além da Turquia, disse que China, Rússia, Belarus, Irã e Índia são “o novo mundo que se levantou e com o qual estamos firmemente conectados”. 

Sobre assuntos domésticos, Maduro admitiu que a corrupção é um problema e prometeu uma “revolução econômica” caso seja reeleito, mas não usou a palavra crise nem mencionou a hiperinflação, a maior do mundo, beirando os 14.000% ao ano.

“Não se pode tapar os olhos e não ver o que está mal. Há muita corrupção, é preciso enfrentá-la”, discursou. 

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