Descrição de chapéu Venezuela

Kellogg's deixa a Venezuela, e Maduro diz que trabalhadores serão os donos

Fabricante americana de cereal segue exemplo de outras múltis e abandona operações no país

Caixas de cereal da Kellogg's em prateleira em mercado em Caracas (Venezuela)
Produtos da Kellogg's em mercado em Caracas (Venezuela) - Carlos Jasso/Reuters
Caracas | Reuters

Depois de a fabricante de cereal Kellogg’s anunciar que vai deixar a Venezuela, o ditador Nicolás Maduro afirmou que vai passar o comando da companhia para seus trabalhadores.

“Decidi entregar a empresa para os funcionários para que eles possam continuar produzindo para o povo”, afirmou Maduro, que acrescentou que o governo vai processar os dirigentes da companhia americana porque a saída deles do país é inconstitucional.

Segundo a Kellogg’s, a decisão de abandonar a Venezuela foi provocada pela deterioração social e econômica vivida pela quinta maior economia sul-americana.

A fabricante não deu detalhes sobre as dificuldades específicas vividas no país, mas muitas empresas têm sofrido dificuldades para adquirir matérias-primas e com os controles cambiais adotados pelo governo Maduro que dificultam a importação.

A administração venezuelana também tem dificultado o aumento de preços pelas empresas, como uma forma de conter a inflação, que neste ano deve beirar os 14.000%, de acordo com o FMI.

Uma das consequências dessa estratégia é que o lucro dessas companhias é fortemente afetado e muitas operações ficam simplesmente insustentáveis.

O resultado é que, nos últimos anos, várias multinacionais abandonaram seus ativos na Venezuela ou os venderam por preços muito baixos: Bridgestone, Kimberly-Clark, General Mills e General Motors são apenas alguns exemplos.

A Kellogg’s não comentou a decisão de sua fábrica ser entregue aos funcionários, mas, ao anunciar sua saída do país, ela disse que pretende voltar a operar na Venezuela no futuro e fez um alerta para quem vender seus produtos e marcas sem a devida autorização.

O fim das operações da Kellogg’s não deve piorar de modo expressivo os problemas de abastecimento na Venezuela, mas é mais um golpe para os moradores do país, já que ela é dona do cereal mais popular no mercado local.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.