Descrição de chapéu refugiados

Partido populista pede comissão para investigar política imigratória de Merkel

Escândalo de irregularidades na concessão de asilo alimenta petição da AfD

Imagem de setembro de 2015 mostra fluxo de imigrantes em Dortmund, na Alemanha - Martin Meissner - 6.set.2015/Associated Press
Berlim | Reuters

O partido de direita populista Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) pediu nesta quinta-feira (31) a criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a política imigratória da chanceler Angela Merkel, em meio a um escândalo sobre concessões irregulares de asilo após a crise de refugiados de 2015.

A política de portas abertas do governo levou a um fluxo de 1,6 milhão de imigrantes para a Alemanha, a maioria muçulmanos fugindo da guerra no Oriente Médio, e ajudou a levar o AfD ao Parlamento pela primeira vez nas eleições de setembro do ano passado. 

Uma revisão interna feita pelo Escritório Federal para Migração e Refugiados (BAMF, na sigla em alemão) sobre 4.568 decisões sobre asilo mostrou que a filial de Bremen desconsiderou conscientemente regulamentos federais e normas internas. 

Na quinta, a AfD apresentou uma moção em que pede a criação da comissão de inquérito. É necessário 25% de apoio dos parlamentares para que a comissão seja criada. 

Na moção, o partido descreve o escândalo do BAMF como parte de uma "falha ampla do governo" na política de asilo e diz que quer investigar as práticas desde 2014, a decisão do governo de abrir as portas aos imigrantes, o impacto do fluxo sobre a segurança e o sistema de bem-estar social e os custos envolvidos. 

Os demais partidos normalmente se recusam a trabalhar com a AfD, mas os Democratas Livres (FDP) também defenderam uma investigação do escândalo do BAMF. 

Os dois partidos não teriam os votos suficientes, mas o colíder da AfD, Alexander Gauland, disse que espera o apoio da conservadora CSU, que, apesar de ser aliada do governo, criticou a política imigratória de Merkel e foi penalizada por ela nas últimas eleições. 

O ministro do Interior e líder da CSU Horst Seehofer proibiu que Bremen tome novas decisões sobre asilo por um prazo indeterminado. 

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