O partido de direita populista Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla em alemão) pediu nesta quinta-feira (31) a criação de uma comissão parlamentar de inquérito sobre a política imigratória da chanceler Angela Merkel, em meio a um escândalo sobre concessões irregulares de asilo após a crise de refugiados de 2015.
A política de portas abertas do governo levou a um fluxo de 1,6 milhão de imigrantes para a Alemanha, a maioria muçulmanos fugindo da guerra no Oriente Médio, e ajudou a levar o AfD ao Parlamento pela primeira vez nas eleições de setembro do ano passado.
Uma revisão interna feita pelo Escritório Federal para Migração e Refugiados (BAMF, na sigla em alemão) sobre 4.568 decisões sobre asilo mostrou que a filial de Bremen desconsiderou conscientemente regulamentos federais e normas internas.
Na quinta, a AfD apresentou uma moção em que pede a criação da comissão de inquérito. É necessário 25% de apoio dos parlamentares para que a comissão seja criada.
Na moção, o partido descreve o escândalo do BAMF como parte de uma "falha ampla do governo" na política de asilo e diz que quer investigar as práticas desde 2014, a decisão do governo de abrir as portas aos imigrantes, o impacto do fluxo sobre a segurança e o sistema de bem-estar social e os custos envolvidos.
Os demais partidos normalmente se recusam a trabalhar com a AfD, mas os Democratas Livres (FDP) também defenderam uma investigação do escândalo do BAMF.
Os dois partidos não teriam os votos suficientes, mas o colíder da AfD, Alexander Gauland, disse que espera o apoio da conservadora CSU, que, apesar de ser aliada do governo, criticou a política imigratória de Merkel e foi penalizada por ela nas últimas eleições.
O ministro do Interior e líder da CSU Horst Seehofer proibiu que Bremen tome novas decisões sobre asilo por um prazo indeterminado.
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