Assessores do presidente americano Donald Trump contrataram uma agência de inteligência israelense para orquestrar uma campanha contra membros do governo Obama que participaram do acordo nuclear iraniano, revela o jornal britânico Observer, do Guardian Media Group.
O plano é parte de uma tentativa de sabotar o acordo nuclear, afirma a publicação. Segundo documentos vistos pelo Observer, a agência de espionagem investigou a vida pessoal e política de Colin Kahl, assistente de Obama, e Ben Rhodes, um dos principais conselheiros sobre segurança nacional do ex-presidente.
Ainda segundo o jornal, os investigadores particulares também contataram jornalistas pró-acordo —do The New York Times Atlantic, do israelense Haaretz e do site Vox— que tiveram contato com Rhodes e Kahl, para procurar indícios que mostrem quebra de protocolo ou compartilhamento de informações indevidas.
Não se sabe se trata-se de uma ação individual ou uma colaboração em maior escala das administrações Trump-Netanyahu com outros alvos, como John Kerry, ex-secretário de Estado norte-americano.
O presidente Trump é um crítico contumaz do acordo nuclear desde sua campanha eleitoral, e deu como prazo até dia 12 de maio para que França, Alemanha e Reino Unido revisem os termos do pacto, sob o risco de abandoná-lo.
Em um discurso hoje, o presidente do Irã Hassan Rouhani disse que deixar o acordo seria um “arrependimento histórico”.
Na última semana de abril, o premiê israelense Binyamin Netanyahu fez uma apresentação para mostrar supostos documentos que comprovam que o Irã não cumpriu sua parte do acordo e continuou expandindo a atividade nuclear.
Enquanto o presidente Trump elogiou Netanyahu, a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, disse que as informações não comprovam uma quebra do acordo.
O tratado, assinado em 2015, tem como objetivo interromper o programa nuclear do Irã, que recebeu em troca um alívio das sanções econômicas impostas a ele pela comunidade internacional.
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