Trump informa Macron que vai abandonar acordo nuclear iraniano, diz NYT

EUA devem voltar a aplicar sanções econômicas contra o Irã e impor novas penalidades

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Mulher passa pela antiga embaixada americana em Teerã, hoje convertida em um museu - Atta Kenare/AFP
São Paulo e Londres | Reuters

O presidente dos EUA, Donald  Trump, informou presidente francês, Emmanuel  Macron, na manhã desta terça-feira (8) que planeja anunciar a saída dos EUA do acordo nuclear iraniano, segundo revelou ao New York Times uma fonte a par sobre a conversa.

A fonte informou ainda que os EUA estão se preparando para voltar a impor todas as sanções que haviam sido aliviadas como parte do acordo, assinado em 2015, além de impor novas penalidades econômicas. 

Uma segunda pessoa familiar com as conversas disse que as intensas negociações diplomáticas em torno da manutenção do acordo esbarraram na insistência de Trump de que limites devessem ser impostos sobre a produção de combustível nuclear pelo Irã após 2030, disse o NYT. 

O governo Macron, porém, negou ter recebido qualquer indicação sobre o que Trump irá fazer. Uma fonte da Casa Branca negou que Trump tenha dito "aquelas coisas" ao presidente francês.

Espera-se que Trump anuncie formalmente sua decisão às 14h locais (15h no horário de Brasília).

O chanceler iraniano, Mohammad Javad Zarif, disse que os EUA vão cometer um erro caso abandonem o tratado. 

"Se Trump cometer esse erro e abandonar o JCPOA [acordo iraniano] como uma conquista internacional, ele terá depois de aceitar os direitos dos iranianos sob uma situação pior", afirmou Zarif segundo a agência estatal Irna, sem explicar que direitos seriam esses. 

Na segunda-feira (7), o presidente iraniano, Hassan Rouhani, disse que o país está disposto a se manter no acordo, desde que a União Europeia ofereça garantias de que os benefícios acertados em 2015 continuarão valendo.

O atual acordo impõe travas ao programa nuclear iraniano em troca de alívio nas sanções impostas pela comunidade internacional.

Rouhani afirmou ainda que a desistência dos EUA será um “erro estratégico”. No domingo (6), ele disse que, se o governo Trump abandonar o acordo, será “um arrependimento histórico para eles”.

Também na segunda, o ministro de Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, reuniu-se em Washington com líderes americanos, incluindo o vice-presidente Mike Pence, e pediu publicamente que Trump não abandone o pacto.

Desde sua eleição em 2016, Trump ameaça romper o tratado, que ele chegou a descrever como “o pior acordo já negociado”. Ele afirma, por exemplo, que o texto não abrange o programa de mísseis balísticos iranianos nem lida com o papel de Teerã nas guerras na Síria e no Iêmen.

A avaliação feita pelas principais potências europeias, como a França e o Reino Unido, é de que o texto teve até agora sucesso em interromper a ambição nuclear iraniana.

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