Carta de Colombo roubada estava com colecionador brasileiro

Ele não teve a identidade divulgada pelo Departamento de Justiça dos EUA, que liderou investigação

Washington | AFP

Estava com um colecionador brasileiro a carta de Cristóvão Colombo que havia sido roubada da Biblioteca Nacional da Catalunha, na Espanha, e foi recuperada após uma investigação de sete anos realizada pelo governo dos Estados Unidos.

Livro publicado em 1493 com cópia em latim da carta de Colombo aos espanhóis, roubada de biblioteca em Barcelona no início dos anos 2000
Livro publicado em 1493 com cópia em latim da carta de Colombo aos espanhóis, roubada de biblioteca em Barcelona no início dos anos 2000 - Departamento de Imigração e Alfândega dos EUA/Reuters

A impressão da carta do italiano Colombo, na qual o “descobridor” da América descreve à coroa espanhola os resultados de sua primeira expedição, foi vendida várias vezes após ser roubada no início dos anos 2000 —a última vez por mais de US$ 1 milhão (R$ 3,7 milhões) a um colecionador no Brasil, informou na quinta-feira (7) o Departamento de Justiça dos EUA. A identidade dele não foi divulgada.

O documento, impresso em 1493, fazia parte da coleção da biblioteca catalã desde 1918.

Uma investigação de sete anos que envolveu autoridades de Espanha, França e Brasil determinou que a carta de Colombo foi vendida por dois livreiros italianos, em novembro de 2005, pelo valor de € 600 mil (R$ 2,7 milhões).

Após ficar sabendo que duas impressões à mão da mesma carta —há ao todo 16 no mundo— tinham sido roubadas e substituídas por cópias em bibliotecas de Florença e do Vaticano, um especialista e um policial americano visitaram em 2012 a Biblioteca da Catalunha, em Barcelona, e determinaram que essa versão também era falsa.

Em março de 2013, as autoridades descobriram que a impressão à mão da carta de Colombo tinha sido revendida pela última vez em junho de 2011 por € 900 mil (R$ 4,1 milhões).

Depois de extensas negociações, a pessoa em posse da carta no Brasil concordou em entregá-la em 2014 a agentes da unidade de investigações da Polícia Federal brasileira.

As autoridades continuam investigando, mas ainda não houve prisões.

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