A epidemia de ebola que atingiu a República Democrática do Congo está "amplamente contida" e nenhum novo caso da doença foi confirmado desde 9 de junho, quando ocorreu a última morte, disse nesta quarta (20) a OMS (Organização Mundial da Saúde).
O órgão da ONU disse que vê a situação atual com um "otimismo cauteloso", apesar das dificuldades de localizar as pessoas que possam ter sido expostas, em especial nas áreas mais remotas do país. A epidemia, que começou no início de abril, matou 28 pessoas.
"Em um pouco mais de um mês de resposta, a propagação do EVD [sigla em inglês para doença do vírus ebola] foi amplamente contida", disse a OMS em nota.
A epidemia causou preocupação porque ocorreu em uma área remota de difícil acesso no noroeste do país que fica próxima ao rio Congo, o que poderia facilitar a propagação em direção a cidades vizinhas e a capital Kinshasa, onde vivem 10 milhões de pessoas.
Havia ainda o temor que, devido ao rio, a doença atingisse os países vizinhos da República Centro-Africana e do Congo —que, apesar da semelhança de nome, é independente da República Democrática do Congo.
Esta foi a nona epidemia de ebola a atingir o país e a primeira a utilizar uma estratégia na qual pessoas que tiveram contanto com pacientes infectados foram vacinadas, em uma tentativa de de impedir a propagação.
Segundo a OMS, o número de moradores sob observação vem caindo ao longo do tempo. Quando há a suspeita de comunicação, a pessoa é observada por 21 dias, o tempo de incubação da doença —a vacina demora dez dias para fazer efeito.
Ao todo, 1.417 pessoas já foram observadas e na última atualização, em 17 de junho, 289 ainda estavam sendo analisados. A previsão da OMS é que os últimos pacientes sejam liberados na próxima quarta (27).
Para declarar oficialmente a questão como resolvida, porém, a OMS deve esperar 42 dias a partir do último caso confirmado, que ocorreu no dia 9. Assim, se nada mudar, o fim da epidemia deve ser anunciado por volta do dia 21 de julho.
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