Valencia | Associated Press, Reuters e AFP

A Espanha recebeu neste domingo (17) três navios com imigrantes resgatados no mar.

O primeiro a atracar no porto de Valencia foi o Dattilo, da Guarda Costeira italiana, com 274 migrantes. Em seguida, veio o Aquarius, da ONG francesa SOS Méditerranée e dos Médicos sem Fronteiras, que aportou com 106 migrantes a bordo. Por fim, chegou o Orione, com mais 249 migrantes.

As três embarcações foram impedidas pelo governo da Itália de aportar na costa do país, o que abriu novo capítulo da crise migratória na União Europeia.

Os barcos (recebidos por 2.320 pessoas, entre médicos, psicólogos, tradutores, autoridades e voluntários) chegaram à Espanha após o primeiro-ministro do país, Pedro Sánchez, dizer que receberia os migrantes rejeitados pela Itália para evitar uma "catástrofe humanitária". 

A atitude de Madri, que neste sábado (16) já tinha resgatado 933 migrantes do mar, foi elogiada pelo governo francês. O presidente Emmanuel Macron afirmou que os migrantes que desembarcassem em Valencia e desejassem ir para a França seriam acolhidos.

Por causa da decisão de fechar os portos a navios de ONGs (organizações não governamentais) e com migrantes resgatados no mar, a Itália foi alvo de críticas na Europa, mas neste domingo reforçou seu posicionamento.

Enquanto a Espanha recebia mensagens de apoio por acolher os navios, o governo italiano voltou a elevar o tom.O  ministro do Interior, Matteo Salvini, agradeceu a Madri por receber os 629 migrantes, resgatados no mar Mediterrâneo no dia 9 de junho, mas disse desejar que o país liderado por Sánchez receba "66.629 mais".

E afirmou que, "se França, Malta, Portugal e outros países europeus também receberem migrantes resgatados de barcos contrabandistas, seremos mais felizes".

Na França, Macron foi criticado pela líder de extrema-direita Marine Le Pen por oferecer abrigo aos migrantes. Ela disse estar "extremamente preocupada" com a possibilidade de que a oferta da França sinalize "a abertura contínua de nossas fronteiras nacionais". Le Pen também elogiou a atitude da Itália.

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