Descrição de chapéu Governo Trump

Ex-diretor da campanha de Trump agora é acusado de obstruir a Justiça

Caso envolve tentativa de manipular depoimentos de testemunhas, dizem procuradores

Paul Manafort, ex-diretor da campanha de Donald Trump à Presidência, em tribunal em Washington
Paul Manafort, ex-diretor da campanha de Donald Trump à Presidência, em tribunal em Washington - Yuri Gripas - 28.fev.2018/Reuters
Washington | AFP e The New York Times

Paul Manafort, ex-diretor da campanha à Presidência de Donald Trump, sofreu novas acusações de obstrução de Justiça por parte de Robert Mueller, o procurador responsável por investigar o suposto elo entre a campanha do republicano e a interferência russa na eleição de 2016.

Com ele também foi denunciado um de seus ex-colaboradores próximos, Konstantin V. Kilimnik, que os procuradores suspeitam que tenha ligações com a inteligência russa.

As novas acusações, ainda de acordo com os procuradores, estão relacionadas com as tentativas de Manafort de manipular depoimentos de testemunhas contra ele.

O ex-diretor da campanha de Trump também é acusado de lavagem de dinheiro, lobbying ilegal e mentir para autoridades federais —ele declarou não ser culpado destas acusações.

O caso agora também envolve um colaborador de longa data de Manafort: Konstantin Kilimnik. Ele foi acusado de obstruir a Justiça e de conspiração para obstruir a Justiça.

A história das acusações começa com o trabalho de Manafort e Kilimnik para conseguir o apoio público de políticos europeus para o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovitch, aliado de Vladimir Putin e que foi deposto em 2014.

De acordo com os procuradores, Manafort e Kilimnik tentaram fazer com que dois sócios na estratégia pró-Yanukovitch mentissem sobre o alcance da campanha.

Esse grupo foi responsável por marcar encontro desses políticos europeus nos EUA e no exterior, além de conseguir emplacar artigos deles em jornais, sempre segundo Muller e seus colegas.

Para financiar as atividades do grupo de políticos, Manafort teria providenciado € 2 milhões (R$ 8,7 milhões pela cotação atual) de contas vindas do exterior.

O problema, de acordo com os procuradores, é que Manafort e Kilimnik entraram em contato com seus colegas em fevereiro e pediram para que eles dissessem aos investigadores que as atividades dos políticos ficaram restritas à Europa, não atingiram os EUA.

Isso é importante porque as atividades de lobby ou de relações públicas para políticos, empresas ou governos estrangeiros precisam ser informadas ao Departamento de Justiça —o que Manafort não fez.

Os supostos fatos levaram Mueller a solicitar a revogação da liberdade condicional outorgada a Manafort, ou pelo menos o endurecimento de seu controle judicial. Na próxima semana haveria uma audiência junto ao juiz sobre este tema. 

Manafort, que nega as acusações, deve comparecer em dois julgamentos separados, em julho e setembro. 

A investigação sobre a interferência russa na campanha presidencial dos Estados Unidos entrou em seu segundo ano e continua pesando sobre a Presidência de Trump, que regularmente denuncia uma “caça às bruxas”.

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