Ex-ministra de Uribe é primeira mulher eleita vice-presidente na Colômbia

Conservadora, Marta Lucía Ramírez já é cotada como possível candidata em 2022

A nova vice-presidente, Marta Lucía Ramírez (de verde) comemora a vitória ao lado do novo presidente eleito, Iván Duque
A nova vice-presidente, Marta Lucía Ramírez (de verde) comemora a vitória ao lado do novo presidente eleito, Iván Duque - Andres Stapff - 17.jun.2018/Reuters
Sylvia Colombo
Bogotá

Com a vitória de Iván Duque neste último domingo (17), a Colômbia terá, pela primeira vez em sua história, uma vice-presidente mulher. Trata-se da conservadora Marta Lucía Ramírez, 63, que ocupou os cargos de ministra da Defesa durante a gestão de Álvaro Uribe (2002-2010) e de Comércio Exterior, no governo de Andrés Pastrana (1998-2002).

Desde que se afastou do padrinho Uribe —apesar de serem aliados políticos, ela não aceitou deixar o partido Conservador para integrar o Centro Democrático, sigla criada pelo ex-presidente em 2013 —, Marta Lucía vinha tentando alcançar a Presidência sozinha. Foi candidata em 2014, ficando de fora já no primeiro turno, obtendo 2 milhões de votos.

Desta vez, alimentou de novo a esperança de concorrer, como contou à Folha em entrevista em março, mas acabou perdendo na disputa interna da direita colombiana, que resolveu ter em Duque um candidato único.

Marta Lucía, porém, foi muito importante para a candidatura do novo presidente eleito, já que era mais conhecida do que ele graças a sua atuação como ministra da Defesa durante um dos períodos mais conturbados no confrontos dentre o governo e a antiga guerrilha das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), nos anos 2000. 

Portanto, pode-se atribuir a alta votação de Duque no interior e o sul do país ao fato de Marta Lucía conhecer muito bem a região, tendo viajado muito para essas zonas quando era ministra.

Duque tem se mostrado grato, finalizando quase todos os discursos dizendo que tem “uma grande mulher a seu lado” e apontando que apoiará sua candidatura nas próximas eleições, uma vez que a Colômbia extinguiu a reeleição e o mandato de Duque deve ir apenas até 2022.

Logo que soube ter sido eleita vice-presidente, Marta Lucía lançou um tuíte agradecendo o apoio de Andrés Pastrana e Álvaro Uribe, e afirmou que ambos são modelos de “liderança e patriotismo”.

Apesar de ser uma figura sempre muito polarizadora, Marta Lucía, em seu discurso, logo após o de Duque, reafirmou que ambos querem “governar para todos” e que “não interessam as diferenças ideológicas nem sociais, mas sim vermos nossa pátria segura, justa, educada, empreendedora e inclusiva.”

Como Duque, Marta Lucía é advogada e também ocupou o cargo de senadora. Reafirmou que lutará pela igualdade de gêneros, e que ajudará a montar a equipe de ministros que, ambos prometeram, terá 50% de mulheres.

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