Juíza emite medida protetiva a mulher de ex-juiz brasileiro de corte da OEA

Roberto Caldas não poderá se aproximar de Michella Marys Santana Pereira, que o acusa de agressão

Caldas usa terno preto, camisa azul clara e gravata listrada azul clara e preta. Ele está sentado em uma poltrona de madeira, com estofado vinho. Ao fundo, outros móveis parecidos e o pedaço de uma pintura.
O ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos Roberto Caldas, em entrevista à Folha - André Coelho - 16.mai.18/Folhapress
Thais Arbex Natália Cancian
Brasília

A Justiça concedeu na noite desta sexta (8) medida protetiva de urgência a Michella Marys Santana Pereira, ex-mulher do ex-presidente da Corte Interamericana de Direitos Humanos Roberto Caldas

Ele é suspeito de ter agredido a ex-mulher e de ter cometido assédio sexual contra duas funcionárias domésticas.

A juíza Jorgina de Oliveira Carneiro e Silva Rosa, do TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios), proibiu Caldas, por um prazo de 90 dias, de se aproximar de Michella, mantendo "o limite mínimo de 200 metros de distância", e de entrar em contato com ela "por qualquer meio de comunicação".

O descumprimento de qualquer uma das medidas, diz a decisão, pode acarretar a prisão preventiva de Caldas. 

A decisão vem dois dias depois de Michella ter registrado nova ocorrência policial contra o ex-marido. Ela declarou que, na quarta (6), quando saiu de casa para levar os filhos até a escola, avistou Caldas na esquina do conjunto em que mora. Segundo o relato, ele a aguardava dentro de seu carro, "abaixou os vidros do veículo e ficou encarando-a e tirando fotografias". 

No pedido da medida protetiva à Justiça, a defesa de Michella também afirmou que, depois que o seu caso foi noticiado, ela "começou a notar veículos que aparentemente a seguiam" e passou a receber mensagens de uma psicóloga que atendia o casal, alertando-a que, "pelo estado psicológico dele, seria recomendável a contratação de segurança pessoal".

"Em detida análise dos autos, é forçoso reconhecer que as partes envolvidas se encontram em situação de conflito emocional, permeada por discussões e desentendimentos, fazendo-se necessária a intervenção estatal, a fim de que a situação entre eles não seja agravada ainda mais", escreveu a juíza. 

Michella já havia feito um pedido de proteção à Justiça —negado no início de maio. 

O advogado de Caldas, Cleber Lopes, afirmou que não comentaria por não ter tido acesso à decisão. Em entrevista anterior, ele afirmara que Caldas reconhece que "teve discussões acaloradas" e usou "palavras inadequadas", mas nega agressões.

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