Oposição afirma que eleições na Turquia foram fraudadas

Presidente Erdogan foi reeleito com 52,5% dos votos

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Istambul

Em sinal de tumultuosos dias por vir, a oposição turca contestou o resultado das eleições de domingo (24), em que Recep Tayyip Erdogan foi reeleito à Presidência, e afirmou ter havido fraude.

O social-democrata CHP (Partido Republicano do Povo) e seus aliados passaram o dia nas ruas, com monitores voluntários, observando os locais de votação e a apuração das cédulas. Com aplicativos de celular, fizeram a sua própria contagem —eles ainda não haviam terminado até a conclusão desta edição.

Apoiadores do presidente Recep Tayyip Erdogan exibe faixa com o nome do presidente no alto de um carro
Apoiadores do presidente Recep Tayyip Erdogan celebram resultado das eleições em Istambul, na Turquia - Emrah Gurel/AP

Há uma série de programas na Turquia com os quais voluntários podem, por exemplo, fotografar as atas dos locais de votação para comparar mais tarde com os resultados finais divulgados pelas autoridades.

O fato de que Erdogan venceu já no primeiro turno, com mais de metade dos votos, incomodou em especial os críticos de seu governo. Uma ida à segunda rodada em 8 de julho já era esperada, depois de o candidato social-democrata Muharrem Ince ter reunido ao menos um milhão de pessoas em seu último comício em Istambul.

Já houve denúncias de fraude em outras ocasiões na Turquia, em especial no plebiscito constitucional celebrado no ano passado, quando o país decidiu trocar o sistema parlamentar pelo presidencial, algo que beneficiou Erdogan.

Com essa preocupação em mente, a organização independente Oy ve Ötesi acompanhou os locais de votação com milhares de voluntários.

“Quando determinados grupos políticos têm demasiada presença em torno das urnas, isso pode levar a disrupções nos resultados”, afirmou à Folha um dos líderes do grupo, Sercan Çelebi, enquanto as eleições ainda estavam em andamento.

“Enviamos monitores aos locais de voto, portanto, para garantir o equilíbrio do pleito”, afirmou.

Nas últimas semanas, entretanto, grupos de monitores ligados à sigla pró-curda HDP (Partido Democrático do Povo) foram detidos. Durante o domingo, circularam vídeos que supostamente mostravam interferência nas cédulas, algo que não foi confirmado oficialmente.

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