O novo primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, recebeu, com folga, o voto de confiança da Câmara, confirmando a maioria do governo populista formado pela coalizão entre o Movimento Cinco Estrelas e a Liga.
Conte, 53, já havia recebido o apoio do Senado e agora pode seguir em frente com seu programa, que prevê, por exemplo, cortes de impostos, aumento de gastos sociais e reformas das regras de imigração.
A votação na Câmara foi uma mera formalidade, e Conte e seus ministros já haviam tomado posse na semana passada.
O primeiro-ministro afirmou aos deputados que seu governo pretende aumentar o crescimento da economia e, assim, conseguir reduzir a dívida pública. O governo italiano devia no fim do ano passado o equivalente a 132% do PIB, a terceira maior dívida entre as grandes economias globais (só atrás de Japão e Grécia).
As promessas, no entanto, são vistas com desconfiança pela oposição, que considera que o país não tem como pagar a conta.
A chegada ao poder do premiê, um jurista sem experiência política, pôs fim a um impasse político que durou três meses, desde a eleição no país.
O seu ministério terá Matteo Salvini, líder da Liga, no comando da pasta do Interior, e Luigi di Maio, principal liderança do Movimento Cinco Estrelas, no Trabalho. Ambos serão também os vice-premiês.
Ponto sensível nas negociações das últimas semanas, o Ministério das Finanças ficará a cargo de Giovanni Tria, professor de economia em uma universidade de Roma.
Apesar de crítico da União Europeia e defensor da simplificação da burocracia, o que agrada à Liga, Tria não defende o abandono do euro e é visto como um nome mais moderado que o de Paolo Savona, economista antieuro que fora a primeira indicação de Conte para a pasta das Finanças e foi vetado pelo presidente Sergio Mattarella.
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