O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, prometeu nesta terça-feira (26) que buscará uma solução para o problema das 51 crianças brasileiras detidas nos Estados Unidos que foram separadas de seus pais.
Em reunião no Palácio do Planalto, durante visita oficial do americano, o presidente Michel Temer sugeriu que o governo brasileiro possa buscar as crianças cujas famílias prefiram deixá-las com parentes no Brasil.
No encontro, Pence disse que a questão migratória é uma grande preocupação dos Estados Unidos, mas ressaltou que uma resposta para o assunto será dada o mais breve possível.
De acordo com presentes, Temer afirmou que a detenção das crianças brasileiras é um tema sensível, preocupante e precisa de uma solução célere. Ele adotou estilo diplomático na cobrança, evitando criticar a política migratória norte-americana e se concentrando na questão das crianças brasileiras.
O encontro entre os dois durou cerca de uma hora. A abordagem ocorreu longe das câmeras da imprensa, em um momento reservado do encontro. Nos próximos dias, o americano se reunirá também com os presidentes da Guatemala, Honduras e El Salvador para discutir a questão das famílias detidas nos Estados Unidos.
No início, na frente dos jornalistas brasileiros, fizeram questão de trocar gentilezas. Pence expressou solidariedade pela situação dos refugiados e afirmou que apoia o Brasil no esforço de restaurar a democracia venezuelana.
Segundo relatos, porém, Pence não explicou de que maneira pretende solucionar a questão das separações, que ocorrem em decorrência da política de tolerância zero do presidente Donald Trump contra a imigração ilegal.
A política, feita em abril, estabelece que todo adulto que tenta entrar irregularmente nos EUA deve ser detido e enviado para um presídio federal para aguardar o julgamento de seu caso. Como as crianças não podem ir para esses estabelecimentos, acabam separadas dos pais e enviadas para abrigos espalhados pelo país.
A separação gerou uma onda de críticas contra a gestão Trump e obrigou o presidente a recuar, assinando uma ordem executiva para manter pais e filhos juntos durante o processo. Na segunda (25), o governo anunciou que vai suspender a aplicação da política de tolerância zero contra família de imigrantes.
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