Senado aprova medida provisória de auxílio emergencial a refugiados

Após polêmica, governo garante que vetará trecho que cria cotas de acolhimento para cada estado

Venezuelanos acampados em praça de Boa Vista, capital do estado de Roraima
Venezuelanos acampados em praça de Boa Vista, capital do estado de Roraima - Eduardo Anizelli - 17.abr.2018/Folhapress
Bernardo Caram
Brasília

O Senado aprovou nesta terça-feira (12) uma medida provisória que prevê assistência emergencial a migrantes em situação vulnerável. A edição do texto pelo governo foi motivada pela crise de refugiados venezuelanos em Roraima.

A matéria foi aprovada no mesmo formato enviado pela Câmara e segue para a sanção presidencial. Porém, um trecho que havia sido incluído no texto pelos deputados e foi mantido pelos senadores gerou polêmica em plenário.

O dispositivo do projeto estabelece que o governo federal poderá propor cotas de migrantes a serem absorvidos pelos estados, a partir de avaliação técnica da capacidade de cada unidade da Federação.

Para o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o trecho do texto é “fascista e xenófobo”. A senadora Lídice da Mata (PSB-BA) afirmou que o dispositivo é inconstitucional e fere a Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Após as reclamações, o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR), afirmou que o trecho será vetado pelo presidente Michel Temer.

Publicada em fevereiro, a medida provisória institui o Comitê Federal de Assistência Emergencial “para acolhimento de pessoas em situação de vulnerabilidade decorrente de fluxo migratório provocado por crise humanitária”.

O texto permite que estados e municípios façam contratações diretas, sem licitação, em caso de emergência migratória.

A União também fica autorizada a aumentar o repasse de recursos aos fundos estaduais e municipais de saúde, educação e assistência social.

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