Não caíram bem, entre os membros do G7 (sete das economias mais desenvolvidas do mundo), as declarações do presidente americano, Donald Trump, em defesa da volta da Rússia ao grupo.
O desconforto era evidente entre os membros das delegações, que se contorciam a cada pergunta dos jornalistas: “E a volta da Rússia?”
“Somos sete. É um número da sorte, ao menos na nossa cultura”, afirmou o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, saindo pela tangente.
O principal argumento dos países era que Moscou foi excluída do grupo por violação às leis internacionais na anexação da península da Crimeia, um território ucraniano, em 2014, um desrespeito que se repetiu na recente interferência do país em eleições estrangeiras e no ataque a um ex-espião no Reino Unido.
“A Rússia deixou muito claro que não tem interesse em se comportar de acordo com as regras das democracias ocidentais”, afirmou a ministra canadense de Relações Exteriores, Chrystia Freeland.
“Renovar o nosso relacionamento com a Rússia é algo que pretendemos fazer. Mas temos que tomar posição contra abordagens e ações agressivas por parte do país”, disse Jean-Claude Juncker, presidente da Comissão Europeia.
Trump ventilou a ideia ao embarcar para o encontro do G7, na manhã desta sexta-feira (8). “Pode ser que isso não seja politicamente correto, mas nós temos um mundo para tocar. E deveríamos ter a Rússia na mesa de negociações”, disse o americano.
Líderes que se manifestaram até agora afirmaram que o país do presidente Vladimir Putin tem poucos objetivos em comum com o grupo, e que a entrada da Rússia nesse momento seria algo desafiador e “muito difícil de conciliar”, segundo Tusk.
O encontro do G7 se estende até este sábado (9), na região de Québec, no Canadá.
Comentários
Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.