Descrição de chapéu Coreia do Norte

Seul chama cúpula de 'sucesso' e Pequim pede fim de sanções contra Pyongyang

Líderes de diferentes países elogiaram o encontro entre Donald Trump e Kim Jong-un

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Singapura | Associated Press e Reuters

O governo chinês disse nesta terça-feira (12) que o Conselho de Segurança da ONU deveria começar a debater o fim das sanções que impôs contra a Coreia do Norte na esteira do encontro entre o ditador Kim Jong-un e o presidente americano Donald Trump

A cúpula recebeu elogios de diversos líderes e entidades internacionais, como o governo sul-coreano, que classificou a reunião de um sucesso —apesar de Seul ter sido surpreendida pelo anúncio do fim de seus exercícios militares com os EUA

Principal aliada de Pyongyang, Pequim disse que dá boas-vindas e apoia o diálogo entre os países e que é importante que após mais de 50 anos de animosidades, os dois lados tenham decidido negociar. "Hoje, os líderes mais importantes dos dois países podem se sentar e conversar como iguais, o que tem um significado importante e positivo e ajuda a criar uma nova história",   afirmou o ministro de Relações Exteriores chinês,  Wang Yi. 

O porta-voz da pasta,  Geng Shuang, disse que está na hora da comunidade internacional iniciar o debate para por fim as atuais sanções contra Pyongyang. "Sanções não são um fim. Nós acreditamos que neste momento o Conselho de Segurança [da ONU] deveria fazer um esforço para apoiar os esforços diplomáticos", disse o porta-voz do Ministério de Relações Exteriores da China, . 

Já o presidente sul-coreano, Moon Jae-in, se propôs a ajudar Washington e Pyongyang na busca por combatentes desaparecidos na Guerra da Coreia (1950-1953). 

Moon revelou que conversou com Trump após a reunião e que disse ao americano que o sucesso do encontro "lançou as bases para uma estrutura" que possa trazer a paz para a península Coreana —os dois vizinhos nunca assinaram um acordo para pôr fim a guerra.

"O acordo de Sentosa [ilha que recebeu o encontro] de 12 de junho ficará registrado na história mundial como um acontecimento que pôs fim à Guerra Fria", declarou Moon, que revelou que quase não conseguiu dormir devido a ansiedade para a cúpula. 

A Rússia também indicou que o encontro pode ajudar a levar a paz para a região e disse que manterá os esforços diplomáticos —assim como a China, Moscou também é considerado um aliado de Pyongyang. "A normalização das relações entre Estados Unidos e Coreia do Norte é uma parte integral na resolução dos problemas da península Coreana, incluindo a questão nuclear", disse em nota o Ministério de Relações Exteriores russo. 

Já o presidente da comissão de Relações Exteriores do Senado russo, Konstantin  Kosachev, disse que ainda há um longo caminho para que a Coreia do Norte abra mão de suas armas nucleares. "As palavras de Trump de que um processo de desnuclearização da península Coreana vai começar 'muito, muito em breve' é mais um desejo do que o fato".  

O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que considera a cúpula "um passo em direção a uma resolução mais abrangente" para a questão nuclear. Ele agradeceu Trump por este ter mencionado a necessidade de uma resolução para a questão dos japoneses que foram sequestrados pelo governo norte-coreano nos anos 1970 e 1980 e que nunca voltaram ao país. 

A representante da União Europeia para política externa, Federica Mogherini, também afirmou que o encontro é uma oportunidade de tirar as armas nucleares da região e que o objetivo deve ser a "completa, verificável e irreversível" desnuclearização da Coreia do Norte.  

Por isso, a Organização do Tratado de Proibição Completa de Testes Nucleares, entidade com sede em Viena, disse que se for convidada, poderá atuar como observadora internacional de um futuro acordo que ponha fim no programa nuclear norte-coreano.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, também disse que todas as entidades ligadas a ela estão de prontidão para ajudar no que for necessário, incluindo em inspeções das atividades nucleares.

Internamente nos EUA, o encontro recebeu elogio dos republicanos e crítica dos democratas. Líder do partido de Trump no Senado, Mitch McConnell disse que a cúpula foi um importante passo em direção a paz, mas que o país deve estar pronto para retomar a pressão contra Pyongyang se as negociações não avançarem. 

Ele afirmou ainda que o Congresso dos EUA deve ser consultado casa exista um acordo de longo prazo com a Coreia do Norte. 

Já o líder democrata na Casa, Chuck Schumer classificou o encontro como um reality show e disse que Trump abriu mão de toda a vantagem que os EUA tinham ao concordar em acabar com os exercícios militares conjuntos com a Coreia do Sul. 

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