Cidade do México elege uma mulher como governadora pela primeira vez

Claudia Sheinbaum, 55, física e engenheira energética, é do partido do presidente eleito

A governadora eleita da Cidade do México, Claudia Sheinbaum - Bernardo Montoya/AFP
Sylvia Colombo
Cidade do México

Claudia Sheinbaum, 55, física e engenheira energética (formada pela Universidade Nacional Autônoma do México, UNAM), será a primeira chefe de governo mulher eleita da Cidade do México (com status de Estado), segundo os resultados preliminares divulgados pelo INE (órgão eleitoral).

Antes dela, apenas uma outra mulher havia ocupado o cargo, mas de forma temporária. Foi Rosario Robles, que assumiu interinamente quando o veterano socialista Cuauhtémoc Cárdenas estava em campanha eleitoral para a Presidência _foi derrotado.

Pertencente ao Morena, partido do presidente eleito Andrés Manuel López Obrador, Sheinbaum já acompanha seu chefe há tempos. Foi secretária de meio ambiente quando AMLO foi chefe de governo da Cidade do México (2000 a 2005), participou do “governo alternativo” armado por AMLO quando este não aceitou a derrota nas eleições de 2006 e entrou no Morena desde sua fundação, em 2014. Desde 2015, era prefeita de uma localidade ao sul da capital, Tlalpan.

A vitória de Sheinbaum tira a capital das mãos do PRD (Partido da Revolução Democrática), também de esquerda, de cuja dissidência nasceu o Morena. O partido dominava a chefia de governo da capital há duas décadas.

Sheinbaum se declara uma fã do Podemos espanhol, defende as bandeiras da defesa da cultura dos indígenas, do ambiente e da defesa dos direitos da mulher.

Se veste de forma simples, sempre de jeans, blusa branca e um lenço ou pequeno chale no pescoço. Reclama, em suas entrevistas, de que é cobrada “para sorrir mais”.

Há uma mancha em seu currículo, porém. Em setembro de 2017, foi acusada por pais de alunos de entregar permissões de construção irregulares para o Colégio Rebsamen, que acabou derrubado no terremoto que abalou a Cidade do México e causou a morte de 37 pessoas.

Apesar disso, não foi aberto um processo contra ela. Em entrevistas recentes, Sheinbaum se declara inocente e diz que foi o episódio “mais doloroso de sua carreira política”.

Tópicos relacionados

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.