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Governo Trump

Em 1 dia, Donald Trump provoca destruição em Londres

Declaração de que Theresa May destruiu o 'brexit' foi granada diplomática, segundo jornal

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A primeira-ministra britânica, Theresa May (à esquerda), e o presidente dos EUA, Donald Trump
A primeira-ministra britânica, Theresa May, e o presidente dos EUA, Donald Trump - Stefan Rousseau/Reuters
São Paulo

Como observou o New York Times, que cobre Donald Trump desde 1973, os tabloides londrinos sabem identificar uma boa história. E o presidente americano fornece uma boa história todos os dias, ainda que ela dure só aquele dia.

Sua entrevista ao Sun consumiu Londres, anulando os protestos, o boneco inflável, a primeira-ministra, até a rainha.

Ele abriu a sexta-feira (13) na capa do tabloide, apontando o dedo com cara de mau e afirmando que Theresa May “destruiu o ‘brexit’” —e que o eventual acordo comercial com os Estados Unidos, no lugar da União Europeia, “está cancelado”.

Jogou “uma granada diplomática”, afirmou o Guardian.

E depois deu meia-volta. Ao lado da primeira-ministra por uma hora diante de repórteres, Trump tratou o Sun como “fake news” e falou para a própria May que, “seja lá o que você fizer, estará certo”.

O Financial Times chegou a manchetar que ele “apoiou May para consertar relações”. A estatal BBC, ainda mais aliviada, destacou o dia todo que o acordo comercial, segundo Trump, é “absolutamente possível”.

Mas ele logo estava de novo no ataque, na entrevista coletiva. Recusou um repórter, dizendo que “a CNN é fake news, não aceito perguntas da CNN”, e passou para outro, chamando: “John Roberts, da Fox News. Vamos para uma televisão de verdade”.

Posteriormente, talvez recordando que o Sun e a americana Fox News são do mesmo magnata que o apoia, Rupert Murdoch, Trump mudou de ideia e declarou que a edição de sua entrevista pelo tabloide havia sido correta, afinal.

Os jornais ingleses não sabiam mais o que fazer. Entrando pela noite, o governista Telegraph manchetou que seu conselho “brutal” não teria sido na verdade direcionado à primeira-ministra, mas à União Europeia.
O oposicionista Guardian, com mais precisão, destacou que ele “deixa Londres depois de provocar destruição”.

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