Escândalo com ex-segurança de Macron para reforma constitucional na França

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Macron aparece à frente à direita, enquanto Benalla está atrás à esquerda. Os dois usam terno e são vistos da altura do ombro para cima.
O presidente da França, Emmanuel Macron, é acompanhado por seu assessor, Alexandre Benalla, durante a parada militar do Dia da Bastilha - Philippe Wojazer - 14.jul.18/Reuters
RFI

O escândalo envolvendo o ex-segurança de Emmanuel Macron, filmado agredindo manifestantes, paralisa a Assembleia Nacional francesa. Os debates sobre a importante reforma da Constituição estavam interrompidos desde a quinta-feira (19), quando o caso foi revelado. Neste domingo (22), a ministra da Justiça, Nicole Belloubet, decidiu suspender temporariamente a votação do projeto.

O escândalo provoca uma crise política sem precedentes desde a chegada de Emmanuel Macron ao poder, em maio de 2017. Ela é agravada pelo silêncio do presidente que até agora, não fez nenhum comentário sobre o caso.

Alexandre Benalla, funcionário do Palácio do Eliseu, segurança e próximo colaborador do presidente francês, foi filmado, vestido de policial, agredindo manifestantes nas manifestações de Primeiro de Maio. O governo francês é suspeito de ter acobertado seus atos. Somente quando o caso foi revelado pela imprensa, a presidência demitiu Benalla e informou a Justiça.

Colaborador deve ser indiciado

O ex-segurança e um outro funcionário do Partido a República em Marcha, Vincent Crase, também envolvido nas agressões, passaram dois dias detidos para averiguação e foram libertados na noite de sábado (21). Neste domingo, o Ministério Público de Paris abriu um inquérito contra eles por "violência em bando" e "ingerência no exercício de uma função pública".

Três policiais, que forneceram ilegalmente imagens de câmeras de segurança do local onde os manifestantes foram agredidos, também são visados pelo inquérito. Eles podem ser indiciados ainda neste domingo.

O homem e a mulher que foram agredidos por Benalla durante as manifestações do Primeiro de Maio, no 5° distrito de Paris, foram identificados ontem. Eles concordam em testemunhar, mas pediram para serem ouvidos pelos investigadores posteriormente.

Crise política

A cada dia novas revelações aumentam a polêmica. O ex-colaborador do Eliseu, de 26 anos, teria recebido, entre outras coisas, um apartamento de função no chique 7° distrito de Paris e possuía um crachá de acesso ilimitado à Assembleia Nacional. Segundo o Jornal de Domingo, Emmanuel Macron conversou pelo telefone com seu ex-colaborador depois da revelação do caso pelo Le Monde.

Os líderes da oposição exigem explicações ao presidente francês. O presidente da França Insubmissa, de extrema-esquerda, Jean-Luc Mélenchon, chega a comprar o caso ao "Watergate". Uma comissão de investigação foi aberta no Parlamento. O primeiro convocado é o ministro do Interior, Gérard Collomb, que deve responder às perguntas dos deputados na manhã de segunda-feira (23).

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