A Grécia vai começar a enterrar as vítimas de um incêndio devastador que matou ao menos 88 pessoas, e provocou críticas à forma como o governo lidou com o desastre.

O primeiro-ministro Alexis Tsipras assumiu nesta sexta-feira (27) a responsabilidade política pela tragédia, uma vez que os líderes da oposição disseram que o governo não salvaguardou adequadamente vidas.

No domingo, três membros da mesma família devem ser enterrados no primeiro funeral conhecido desde o início do incêndio na cidade de Mati, 30 quilômetros a leste de Atenas.

"Diremos nosso último adeus a nossos muito amados Grigoris, Evita e Andreas vítimas trágicas em Mati", disse a família Fytrou em um comunicado divulgado pela agência de notícias Athens, pedindo que a mídia não participe.

A busca pelos desaparecidos continua e muitas pessoas permanecem no hospital, enquanto os nomes de mais vítimas surgiram.

As meninas gêmeas de nove anos Sofia e Vasiliki Filippopoulou, cujas fotos foram publicadas internacionalmente, foram confirmadas como mortas, informou a emissora estatal ERT neste sábado (28).

Testes de DNA mostraram que as meninas e seus avós morreram no incêndio em Mati.

O carro queimado de seu avô estava localizado fora de um lote de terra onde 26 pessoas morreram, com algumas das vítimas encontradas se abraçando em morte, disse a ERT.

Fortes chuvas atingiram a região no sábado, provocando temores de que o trabalho das equipes de resgate e os esforços dos moradores para salvar o que pudessem do incêndio poderiam se tornar mais difíceis.

O governo anunciou uma longa lista de medidas de socorro e prometeu resolver problemas de décadas, incluindo construção residencial aleatória e sem licença, para minimizar o risco de um desastre repentino e para resfriar a ira pública.

Um vice-prefeito de Maratona, que administra parte da área afetada, no sábado se tornou a primeira autoridade a renunciar devido ao incêndio.