Irã rejeita oferta de conversas feita por Trump e diz que 'não é a Coreia do Norte'

Autoridades qualificam proposta de americano como 'humilhação' e 'sem valor'

Homem lê jornal cuja capa tem o presidente dos EUA, Donald Trump, em Teerã (Irã) - Atta Kenare/AFP
Londres | Reuters

O líder da Guarda Revolucionária iraniana rejeitou nesta terça-feira (31) a oferta feita pelo presidente dos EUA, Donald Trump, de conversas com Teerã, afirmando que a República Islâmica "não é a Coreia do Norte".

Na segunda (30), Trump afirmou que estava disposto a se encontrar com o presidente iraniano, Hassan Rowhani, sem pré-condições. 

"Senhor Trump! O Irã não é a Coreia do Norte para aceitar sua oferta de um encontro", afirmou o comandante da guarda, general Mohammad ALi Jafari, segundo a agência Fars. "Nem mesmo os presidentes americanos depois de você verão esse dia." 

“Eu acredito em reuniões”, afirmou Trump, ao defender seus recentes encontros com presidente russo, Vladimir Putin, e com o ditador norte-coreano, Kim Jong-un.

Teerã costuma ser um alvo comum das críticas de Trump, e a relação dos dois países, que já era difícil, piorou após o presidente americano anunciar em maio que seu país iria deixar o acordo nuclear com o Irã.

O presidente iraniano, Hassan Rowhani, disse que o abandono do acordo pelos EUA é "ilegal" e que seu país nunca cederá às campanhas de Washington para estrangular as exportações de petróleo iraniano.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou ainda que a oferta de conversas é contraditória com as ações de Trump. "Sanções e pressões são o exato oposto de diálogo", afirmou Bahram Qasemi. 

"Como Trump pode provar para a nação iraniana que seus comentários da noite passada refletem uma intenção verdadeira de negociação e não foram expressados por ganhos populistas?", acrescentou.

O chefe do Conselhor Estratégico sobre Relações Exteriores do Irã, criado pelo líder supremo aiatolá Ali Khamenei, disse que a proposta de Trump "não tem valor". 

Ali Motahari, vice-líder do Parlamento iraniano que é visto como moderado, disse que negociar com Trump "seria uma humilhação".

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